Investigadores de três países – Cazaquistão, Azerbaijão e Rússia – vão acompanhar no Brasil a análise das caixas pretas do avião da Embraer que caiu em Aktau, Cazaquistão. Este acidente trágico, que envolveu uma aeronave da companhia Azerbaijan Airlines, resultou na morte de 38 pessoas e deixou 29 feridas. As caixas pretas chegaram ao Brasil nesta terça-feira (31) e foram encaminhadas ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), em Brasília. Este órgão da Força Aérea Brasileira é responsável pela degravação dos dados, que serão posteriormente entregues à autoridade de investigação de acidentes aeronáuticos do Cazaquistão, seguindo os protocolos internacionais.
O CENIPA é conhecido por utilizar tecnologias de ponta, incluindo animação em realidade virtual e 3D, para ajudar os investigadores a entenderem com precisão a trajetória da aeronave, sua velocidade, altitude, funcionamento dos sistemas e a atuação dos comandos de voo. Este nível de detalhamento é crucial para determinar as causas do acidente e evitar futuras tragédias. A análise das caixas pretas é um passo fundamental para esclarecer as circunstâncias que levaram à queda do avião.
O acidente ganhou contornos políticos quando o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, acusou a Rússia de ter disparado contra a aeronave, alegando que os tiros vieram do território russo. Esta acusação foi feita no domingo, e Aliyev afirmou que Moscou estaria tentando encobrir as verdadeiras causas do acidente. Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que a defesa aérea do país estava ativa durante um suposto ataque de drones da Ucrânia, no momento em que o avião tentava pousar. Putin expressou suas condolências, classificando o ocorrido como um trágico incidente, e enfatizou a importância de uma investigação objetiva e transparente. As autoridades do Cazaquistão informaram que a leitura das caixas pretas deve levar cerca de duas semanas.
*Com informações de Fabrizio Neitzke
*Reportagem produzida com auxílio de IA