O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) contestou a delação feita pelo ex-policial militar Ronnie Lessa à Polícia Federal, alegando mentiras e contradições. Brazão negou envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e pediu para ser liberado da prisão. Em resposta à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o parlamentar afirmou que não há provas que corroborem a delação de Lessa, acusando-o de mentir e se contradizer diversas vezes. Lessa apontou Chiquinho e seu irmão Domingos Brazão como os mandantes dos homicídios, além de mencionar que receberam proteção do então chefe da Polícia na época Rivaldo Barbosa. Os três estão presos preventivamente desde 24 de março e negam participação no crime.
No documento enviado ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, Brazão solicita a revogação da prisão preventiva ou a aplicação de medidas cautelares alternativas. Ele reforça sua inocência e contesta as acusações feitas por Lessa, destacando a falta de provas concretas que o incriminem. A defesa do deputado argumenta que a denúncia apresentada contra ele é baseada em suposições e não em fatos comprovados. Brazão questionou a veracidade das informações de Lessa, destacando a falta de consistência nas acusações.
Os advogados do deputado apresentaram um estudo comparativo das atuações de Marielle e Brazão na Câmara Municipal do Rio, alegando que suas pautas eram distintas e que votavam em sintonia na maioria das vezes. Lessa relatou que, em 2017, Brazão teria reagido de forma agressiva às ações de Marielle em relação a um projeto de lei na Câmara Municipal. O deputado e seu irmão buscavam regularizar um condomínio em Jacarepaguá para especulação imobiliária. Os advogados de Brazão argumentam que a acusação busca encaixá-lo em uma “narrativa falsa”.
“É bom reiterar: a denúncia deixa transparecer um esforço imenso para encaixar Chiquinho na falsa narrativa de Ronnie Lessa e isso fica muito claro nos erros acerca de fatos públicos e notórios, como, por exemplo, a relação de cordialidade e parceria que havia entre Chiquinho e Marielle; como a discreta atuação de Marielle nas pautas fundiárias, como a coincidência de votos de ambos em 90% das discussões e como a oposição a Chiquinho que Marielle exerceu”, argumentaram.
Publicado por Carolina Ferreira
*Reportagem produzida com auxílio de IA