Mais de 20 mil moradores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul tiveram que deixar suas casas devido aos temporais que atingem a região Sul desde a última quarta-feira, 15. De acordo com o balanço mais recente da pela Defesa Civil gaúcha, 13.200 pessoas estão desalojadas e outras 3.700 estão desabrigadas em 158 municípios. Este é o segundo evento extremo registrado no estado em três meses. Além disso, o Rio Grande do Sul registrou vendavais, enxurradas, inundações, soterramentos e uma microexplosão causada por uma intensa corrente de vento decorrente das chuvas. Até o momento, quatro pessoas morreram e outras 63 ficaram feridas. Entre as vítimas estão duas mulheres que foram soterradas após o desmoronamento de suas casas em Gramado, uma mulher atingida pelo desabamento de uma estrutura de um ginásio em Giruá e um homem arrastado pela correnteza dentro de seu carro em Vila Flores.
O nível de água do Rio Guaíba, em Porto Alegre, chegou ontem a 3,45 metros, ultrapassando a cota de inundação de 3 metros e chegando ao nível mais alto desde a histórica enchente que assolou a capital gaúcha em 1941. Pela terceira vez desde setembro, a prefeitura fechou parte das comportas do sistema de proteção. Mesmo assim, houve transbordamento, e a água invadiu alguns pontos da região central da cidade. Diante dos estragos causados pelos temporais, o governador Eduardo Leite sobrevoou as áreas atingidas e se reuniu com prefeitos e lideranças das cidades mais afetadas. Durante a reunião, o tuvano anunciou que serão disponibilizados recursos para os municípios em situação de emergência (R$ 400 mi) e calamidade pública (R$ 600 mi), através do Fundo Estadual de Defesa Civil. A verba será utilizada para ações emergenciais, como limpeza, reconstrução e restabelecimento das cidades atingidas.
Santa Catarina tem 71 cidades em situação de emergência devido às consequências de fenômenos climáticos. O estado deve voltar a enfrentar temporais e uma nova frente fria durante a semana. Nesta terça-feira, a combinação de calor e umidade favorece a ocorrência de temporais isolados, entre o início da tarde e a noite, especialmente na divisa com o Rio Grande do Sul. Embora o solo siga encharcado e, consequentemente, instável em parte do Estado, os técnicos da Defesa Civil consideram baixo o risco das chuvas desta terça-feira causarem novas ocorrências. Já entre quarta-feira, 22, e quinta-feira, 23, uma nova frente fria causará temporais, podendo ocasionar alagamentos, deslizamentos, enxurradas, destelhamentos, queda de galhos e de árvores e danos à rede elétrica, principalmente no Grande Oeste catarinense, onde pode chover o equivalente a algo entre 70 milímetros e 130 mm.