Moraes concedeu liberdade provisória com uso de tornozeleira pelo militar e homologou acordo de delação premiada
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto de arquivo de 24/02/2021 do então presidente Jair Bolsonaro acompanhado do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-chefe do Executivo
O tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid deixou o Batalhão do Exército de Brasília, onde estava preso desde o começo de maio, na tarde deste sábado, 9. Ele teve liberdade provisória concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Moraes também homologou o acordo de delação premiada firmado pelo militar com a Polícia Federal (PF) nesta semana. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) está proibido de deixar o Brasil, terá seu passaporte cancelado e deverá entregar o documento às autoridades. As outras medidas cautelares determinadas pelo ministro são o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar durante as noites e finais de semana, apresentação semanal perante juiz, afastamento do Exército, suspensão de porte de armas, proibição de uso de redes sociais e de comunicação com outros investigados – exceto sua esposa, filha e pai.
Mauro Cid foi preso por suposta falsificação de cartões de vacinação da família Bolsonaro, mas também é investigado por suspeita de ter participado de esquema de venda de joias recebidas pelo ex-presidente e de tratativas sobre simulação de invasão a urnas, além de estimular atos antidemocráticos como os ataques de 8 de Janeiro. Nas últimas semanas, o ex-ajudante de ordens prestou longos depoimentos à PF. Seu advogado, Cezar Bitencourt, chegou a dizer que Cid estaria disposto a revelar supostos crimes de Bolsonaro.