InícioEditorialPolítica NacionalCom crise em hospitais no Rio, Ministério da Saúde demite diretor

Com crise em hospitais no Rio, Ministério da Saúde demite diretor

Alexandre Telles foi substituído após reunião ministerial em que Lula cobrou de Nísia Trindade uma solução para gestão das unidades federais

Nísia Trindade (foto) foi cobrada por Lula por conta do cenário no Rio durante a 1ª reunião ministerial do governo em 2024, realizada nesta 2ª feira (18.mar) Sérgio Lima/Poder360 – 9.fev.2024

PODER360 18.mar.2024 (segunda-feira) – 23h51

O Ministério da Saúde demitiu nesta 2ª feira (18.mar.2024) o diretor do DGH (Departamento de Gestão Hospitalar), Alexandre Telles. O anunciou se deu depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrar, em reunião ministerial, da chefe da Saúde, Nísia Trindade, uma solução para o cenário de crise em hospitais federais do Rio de Janeiro.

O anúncio foi feito pelo Ministério por meio de nota à imprensa e deve ser publicado no DOU (Diário Oficial da União) nos próximos dias. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 164 kB).

Segundo a Saúde, a decisão resulta da “necessidade de transformação na gestão do DGH”. Telles foi substituído por Maria Aparecida Braga. Ela é superintendente do ministério no Rio de Janeiro e acumulará as 2 funções.

Mais cedo, o ministério havia dado início à criação de um comitê gestor para administrar 6 hospitais federais na capital fluminense.

São eles:

Hospital Federal do Andaraí; Hospital Federal de Bonsucesso; Hospital Federal Cardoso Fontes: Hospital Federal de Ipanema; Hospital Federal da Lagoa, e; Hospital Federal dos Servidores do Estado. Com a medida, que não é considerada uma intervenção pelo ministério, as unidades perdem a autonomia de sua gestão, que fica centralizada no DGH.

A alteração na estrutura organizacional do departamento havia sido antecipada em portaria de 23 de fevereiro publicada no DOU. Eis a íntegra (PDF – 342 kB).

O comitê vai ser dirigido pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Além de representantes do DHG, a administração terá também assessorias, coordenações e secretarias do Ministério da Saúde.

O órgão vai atuar por, pelo menos, 1 mês da administração dos hospitais. O objetivo, de acordo com o comunicado, é melhorar a governança e o diálogo entre funcionários, sindicatos e gestores.

A medida também busca garantir um aumento do poder de negociação do ministério para maior controle de insumos e eficiência. O órgão também preparou um edital para contratar 500 profissionais para o processo de reformulação da rede.

CRISE NOS HOSPITAIS FEDERAIS DO RJ O órgão comandado por Nísia Trindade tem sido alvo de críticas pela situação nas 6 unidades hospitalares no Rio de Janeiro sob responsabilidade federal. Em 2023, o ministério indicou, em relatório obtido pelo “Fantástico”, da TV Globo, que quase 20% da capacidade total das unidades estava fechada.

Segundo a reportagem, os prédios, que são referência no tratamento de alta complexidade, como câncer, e na realização de transplantes, tem salas trancadas, equipamentos inutilizados, materiais vencidos e falta de manutenção básica de segurança.

Além disso, de acordo com o “Fantástico”, 18.000 pacientes aguardam atendimento nos hospitais. O orçamento destinado às unidades, neste ano, foi de cerca de R$ 862 milhões.

A gestão dos hospitais federais estava a cargo de Alexandre Telles desde fevereiro de 2023, quando foi nomeado por Lula. À época, a decisão foi ironizada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD).

Paes, que é aliado do petista, criticou a qualificação técnica de Telles, que, antes, era presidente do Sindicato dos Médicos do Rio.

O Poder360 entrou em contato com o Ministério da Saúde para obter a íntegra do relatório citado pela TV Globo. Entretanto, não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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