Com a reforma na Esplanada dos Ministérios, que deve ser sacramentada nos próximos dias, a base do governo Lula 3 na Câmara dos Deputados deve chegar a pouco mais de 300 parlamentares. O Palácio do Planalto negocia com partidos do Centrão mudanças no primeiro escalão do governo, incluindo pastas como o Ministério do Esportes, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Portos e Aeroportos e Ciência, Tecnologia e Inovação. Como o site da Jovem Pan mostrou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já admitiu o interesse em integrar membros do Centrão em troca de garantir “tranquilidade” à governabilidade no Congresso Nacional. A expectativa, inclusive, é que o mandatário se reúna com caciques das legendas interessadas, como o Progressistas (PP) e o Republicanos, ainda nesta semana, para selar o casamento com líderes destes partidos. Se confirmadas as mudanças, em números, o governo pode garantir de 300 a 350 votos na Câmara, número superior ao necessário, por exemplo, para aprovação de Propostas de Emenda à Constituição (PECs), que exigem 308 votos.
O cenário projetado pelo governo é que o PP e o Republicanos, com a possível nomeação dos deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para a Esplanada, entregue ao menos 50 votos. No quadro menos favorável, o governo deve esperar 130 votos da “base raiz”, composta por PT, PDT, PSB e PSOL; 30 votos do União Brasil; 70 votos somados entre PSD e MDB; 50 votos do PP e Republicanos e 20 do Partido Liberal (PL), especialmente parlamentares da região Nordeste, que tendem a votar com o Planalto, somando 300 deputados pró-governo. Já no cenário mais favorável, repetindo os votos entregues por essas bancadas na reforma tributária, além da base já consolidada, o Executivo pode esperar: até 48 votos do União Brasil; 75 votos de PSD e MDB; 76 do PP e Republicanos e 20 do PL, somando aos menos 349 votos.
Como o site da Jovem Pan antecipou, o governo planeja uma minirreforma ministerial para acomodar membros de partidos do Centrão nos cargos de primeiro escalão do governo. O presidente da Câmara, no entanto, critica a forma como o tema vem sendo tratado nos bastidores ao falar em “atropelos”. “Penso que esse assunto está sendo, de uma certa forma, atropelado. Isso não ajuda na governabilidade. E eu acho que o governo tem que ajudar a se facilitar”, acrescentou o deputado, que voltou a falar do tema nesta segunda-feira, 31, ao afirmar que está trabalhando para garantir “sustentação política” ao governo.