Na última segunda-feira (4), no Hotel Quality, em Salvador, o Vitória realizou um evento para debater a implementação do modelo de SAF (Sociedade Anônima do Futebol) no clube.
O workshop (encontro com objetivo de aprofundar conhecimentos em um tema específico) foi exclusivo para os membros dos Conselhos Deliberativo, Gestor e Fiscal do Leão. O evento foi transmitido ao vivo pela TV Vitória, canal oficial do clube no YouTube.
Os palestrantes do workshop foram os advogados André Sica, Octávio Vidigal e Danielle Maiolini, do escritório CSMV, responsável pelo processo de SAF do Vitória e em vários clubes brasileiros como Cruzeiro, Botafogo e Bahia.
No começo do evento, o presidente do Vitória, Fábio Mota, explicou que a reunião buscava “entender os modelos de SAF” e comentou que este é o momento oportuno para dar início ao processo.
“Eu sempre disse que não havia motivo para um time na Série C virar SAF. Isso só beneficia quem comprasse a agremiação, que ia comprar barato, chegaria na Série A como chegou e ganharia quem fez o investimento na Série C. Sempre fui contra SAF na Série C e na Série B. Eu sou a favor de debater a SAF. Hoje o Vitória é uma instituição respeitada e temos que ter cuidado porque deu muito trabalho para chegar até aqui”, disse Fábio Mota.
Foto: Victor Ferreira/EC Vitória
Na sequência, André Sica explicou o processo e cronograma de constituição da SAF. Segundo o advogado, o processo deve durar em torno de seis a nove meses, com previsão de abril de 2025.
“A gente já fez uma série de solicitações de documentos para que a gente possa ver como está a situação do clube. Estamos nesta parte do processo. Depois do workshop, chegamos no plano e modelo de negócio. Daí, começa a percorrer algumas exigências estatutárias. Primeiro, a emissão do parecer do Conselho Fiscal aprovando o plano e modelo de negócio. Segundo, a constituição da Comissão Especial e elaboração da versão do plano final do modelo de negócios. Depois, a aprovação o plano no Conselho Deliberativo e a aprovação do plano na Assembleia Geral. A partir daí, iniciamos os trabalhos de implementação e constituição da SAF para depois concluir a transferência do futebol para SAF”, disse o advogado.
Foto: Reprodução/EC Vitória
André Sica também explicou como será a etapa após a constituição da SAF.
“Aí mudamos de fase, agora vamos para o mercado. Ver se tem algum investidor que quer investir. O processo começa com uma negociação e definição da estrutura da operação, que já estará definido. Depois, entra em uma fase de auditoria, o investidor olha o que o Vitória tem. Na sequência, vamos ter que obtenção de aprovação nos órgãos do clube. Daí vem a assinatura e execução do instrumento de investimento e a implementação das medidas acordadas (constituição da SAF, desembolso do investidor, garantias e condições precedentes). Feito tudo isso, temos uma SAF operacional e rodando com o investidor. Basicamente, esse seria o processo”, disse André.
Por fim, André Sica respondeu algumas perguntas dos conselheiros. Em uma delas, o advogado comentou as possibilidades dos investidores serem majoritários ou minoritários.
“É possível decidir como funciona os órgãos de controle dentro da SAF. Você pode ter um conselho de administração com membros da associação e do investidor. Mas sendo bastante honesto, é pouco provável que você recebendo uma oferta de investidor, acostumado com fazer futebol, que ele não queria fazer a gestão do futebol. Você pode reduzir e mudar a liberdade que ele faça a gestão, mas se ele for majoritário, a tendência é ele querer controlar a gestão. Se ele for minoritário, o Vitória pode manter o controle, mas vai ter uma atratividade menor para ter investidores deste porte”, comentou André Sica.
Na 12ª colocação da Série A, com 38 pontos, o Vitória volta a campo neste sábado (9), às 16h30, no Barradão, pela 32ª rodada da Série A.
Confira a transmissão completa do workshop abaixo: