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Confira quais foram os estragos feitos em obras icônicas do acervo do Planalto durante invasão

Entre as peças vandalizadas está ‘As mulatas’, considerada uma das mais importantes produções Di Cavalcanti, e o relógio de Balthazar Martinot, do século XVII

CARL DE SOUZA / AFP

Obra de Di Cavalcanti foi encontrada com sete rasgos de diferentes tamanhos

A invasão da Esplanada dos Ministérios e das sedes dos Três Poderes na tarde do domingo, 8, em Brasília, terminou com a destruição de grande parte do acervo artístico e arquitetônico que estava no Palácio do Planalto. Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), ainda não é possível ter um levantamento minucioso de todas as pinturas, esculturas e peças de mobiliário destruídos, mas uma avaliação preliminar feita pela equipe responsável aponta estragos em peças icônicas do acervo. No andar térreo do Planalto, a obra Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes instalados em todo o prédio. A pintura reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e, segundo comunicado do governo, ” serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República”. Outra parte do Planalto que fora completamente destruída foi a galeria dos ex-presidentes, que teve todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e os vidros de proteção quebrados.

No segundo andar do Palácio, o corredor que dá acesso às salas dos ministérios foi vandalizado, com quadros rasurados ou quebrados e fotografias destruídas. De acordo com a Secom, “o estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado”, pois ainda aguardam perícia e limpeza dos espaços para ter acesso às obras. No terceiro andar, a obra “As mulatas”, de Di Cavalcanti, localizada no Salão Nobre do Palácio, foi encontrada com sete rasgos de diferentes tamanhos – sendo um dos maiores prejuízos artísticos da invasão. Considerada uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti, o quadro tem valor estimado em R$ 8 milhões, mas a peça pode chegar a alcançar valores até 5 vezes maior em leilões. A obra “O Flautista”, de Bruno Giorgi,uma escultura de bronze avaliada em R$ 250 mil, também foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. A escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg foi quebrada em diversos pontos. Avaliada em R$ 300 mil, a obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe.

Além dos quadros e esculturas, outras peças do acervo histórico do Planalto também foram danificadas, como a mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck, que fica exposta no salão e foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita, informou a secretaria de comunicação. A mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues, que abriga informações do presidente em exercício, teve o vidro quebrado. O relógio de Balthazar Martinot, do século XVII, recebido como um presente da Corte Francesa para Dom João VI, foi completamente destruído. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV e existiam apenas dois relógios deste autor, sendo o outro exposto no Palácio de Versailles. “O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico”, comenta o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho. “Do ponto de vista artístico, o Planalto certamente reúne um dos mais importantes acervos do país, especialmente do Modernismo Brasileiro”, completa. A avaliação de Carvalho é que será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas, mas estima como “muito difícil” a restauração do Relógio de Balthazar Martinot.

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