O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anunciará nesta quarta-feira (6) a nova taxa básica de juros, com uma expectativa crescente de aceleração no ritmo de alta da Selic. Analistas do mercado financeiro projetam um aumento de meio ponto percentual, elevando a taxa para 11,25% ao ano. Atualmente, a Selic está em 10,75% após um aumento de 0,25 ponto percentual na reunião anterior. A principal preocupação que motiva essa decisão é o avanço da inflação, com a projeção do IPCA para 2024 subindo de 4,55% para 4,59%, um valor que se distancia da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
O economista Renato Nobile destaca que o aumento dos preços força uma nova alta dos juros, com o mercado praticamente unânime em relação à expectativa de um aumento de 0,50 ponto A postura do Banco Central, inclusive com a chegada de um novo presidente no próximo ano, reforça essa expectativa. “A meta de inflação já está na banda mais alta e os dados econômicos vêm piorando”, aponta Nobile, o que justifica a necessidade de ajustes na taxa de juros. Essa decisão é vista como uma tentativa de controlar a inflação e estabilizar a economia em um cenário de incertezas.
Outro fator que pressiona os juros é a incerteza sobre as contas públicas. O Banco Central tem alertado sobre a importância do controle fiscal para a definição da Selic. Apesar do governo federal sinalizar cortes de gastos, Nobile acredita que isso não impactará a decisão do Banco Central. O problema, segundo ele, é o “elevado e ineficiente” gasto público, que supera a arrecadação. A sinalização de cortes trouxe alguma confiança ao mercado, mas não deve influenciar a decisão atual. A preocupação com a sustentabilidade fiscal continua a ser um ponto crítico na análise do cenário econômico.
Para 2024, analistas preveem que a Selic termine em 11,75%. Essa projeção reflete a expectativa de que o Banco Central continuará a adotar uma postura cautelosa em relação à política monetária, buscando equilibrar o controle da inflação com o estímulo ao crescimento econômico. A decisão do Copom será acompanhada de perto por investidores e economistas, que avaliarão os impactos dessa política nos diversos setores da economia.
*Com informações de Alvaro Nocera
*Reportagem produzida com auxílio de IA