InícioEditorialPolítica NacionalCríticas ao Pix e exploração do ‘espaço sideral’: conheça visões polêmicas de...

Críticas ao Pix e exploração do ‘espaço sideral’: conheça visões polêmicas de Marcio Pochmann, indicado para o IBGE

A nomeação de Marcio Pochmann teve resistência da ministra Simone Tebet e de economistas mais ortodoxos

Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo

Marcio Pochmann será o novo presidente do IBGE

A escolha do economista Marcio Pochman para o cargo de presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está cercada de polêmica. Anunciado na última quarta-feira, 26, pelo ministro da Secretaria Especial de Comunicação, Paulo Pimenta, a decisão teve resistência da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e de economistas mais ortodoxos. Professor de economia da Unicamp, que tem um viés mais heterodoxo, Pochmann é próximo ao PT e à Lula e já dirigiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), quando foi chamado de ideológico e intervencionista por seus pares. Com declarações polêmicas o economista já criticou o PIX e a reforma trabalhista e da previdência. Ele já defendeu um imposto de renda de até 60% e a exploração do “espaço sideral”. Confira abaixo algumas das principais ideias – e polêmicas – de Pochmann.

PIX Mais de um mês antes de o Pix ser lançado, o que ocorreu no dia 16 de novembro de 2020, Pochmann lançou críticas à ferramenta de pagamento instantâneo. Em suas redes sociais, o economista afirmou, no dia 13 de outubro de 2020, que a iniciativa do Banco Central seria “mais um passo na via neocolonial” e uma “condição perfeita ao protetorado dos EUA”.

Com o Pix, BACEN concede +1 passo na via neocolonial a qual o Brasil já se encontra ao continuar seguindo o receituário neoliberal. Na sequência vem a abertura financeira escancarada com o real digital e a sua conversibilidade ao dólar. Condição perfeita ao protetorado dos EUA.

— Marcio Pochmann (@MarcioPochmann) October 13, 2020

Imposto de Renda de 60%

Quando presidente do Ipea, o economista defendeu uma a alíquota de 60% no Imposto de Renda para quem recebe mais de 50 mil. Segundo registrou o jornal “O Estado de S. Paulo”, a declaração foi dada, em junho de 2008, durante participação de Pochmann na Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Exploração do ‘espaço sideral’ Pochman já idealizou que o Brasil fizesse uma exploração ao “espaço sideral”. Durante entrevista à Reuters, em 2021, ele argumentou que o país deveria desbravar frentes que não se dedica com afinco. “Brasil não tem GPS. Como podemos dizer que Brasil é país autônomo quando todo seu sistema de informação e comunicação vinculado ao espaço sideral, portanto à internet, depende de empresas que não são brasileiras?”, afirmou.

Criticas às reformas trabalhista e da Previdência Já neste ano, Pochmann criticou a reforma trabalhista, aprovada no governo Michel Temer, e a reforma da Previdência, que foi realizada durante o mandato do então presidente Jair Bolsonaro. Para ele, as mudanças da reforma trabalhista “colapsaram” o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)  que está transferido “parte do que arrecada do PIS/Pasep para o pagamento das despesas previdenciárias”.

Desmontagem do assalariamento com o estancamento econômico, deformas trabalhista e previdenciário e fiscalismo dentista colapsa o Fundo de
Amparo ao Trabalhador que precisa transferir parte do que arrecada do PIS/Pasep para o pagamento das despesas previdenciárias.

— Marcio Pochmann (@MarcioPochmann) June 19, 2023

Importância do IBGE Responsável fornecer dados e informações do país, o IBGE coordena os sistemas de informações cartográficas e estatístyicas. Para Carla Beni, economista e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a estatal é importante porque, com seus dados, as autoridades decidem “as políticas públicas com dotações orçamentárias para saúde e educação, que são feitas em cima do censo, principalmente, na parte do entendimento populacional que informa quantos habitantes tem naquela região. A partir disso você vai trabalhar com as esferas governamentais federal, estadual e municipal” afirma a pesquisadora. Para ela, a prioridade de Pochmann é “garantir a produção estatística do país dentro da instituição que é uma das mais importantes do país”.  “O desafio desse novo presidente é fazer isso diante do desmonte orçamentário que o IBGE sofreu no governo anterior. Ou seja, voltar a fazer concursos públicos, fazer uma reposição do seu quadro de funcionários, ajustar o orçamento e dar um salário que se consiga fazer a manutenção dos agentes em campo”, pontua.

Já para Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos, Pochmann, à exemplo de países desenvolvidos, deve fortalecer o IBGE, a fim de diminuir às grandes desigualdades do país. “Alemanha e Estados Unidos, por exemplo, não deixaram de investir em seus institutos de estatística porque somente com um órgão comprometido é que se consegue realmente mapear para onde focalizar suas políticas públicas. O que eu quero dizer com isso? A gente sabe que o Brasil é um país desigual, que falta saneamento e tem muita precariedade na educação, mas para onde  direcionamos os recursos? Sabemos que é no Norte e no Nordeste. Mas em quais regiões? Então, é importante fazer o monitoramento correto das estatísticas para que o dinheiro vá onde as pessoas realmente precisam”. Já para o operador de renda variável da Manchester Investimentos, André Luiz Rosa, a prioridade do presidente deve ser “a garantia da qualidade, precisão dos dados, investimentos em tecnologia para o ganho de eficiência, ampliação da transparência e principalmente, descoberta de novas necessidades juntamente com os setores públicos, privados e acadêmicos, para identificar áreas emergentes que necessitem de dados estatísticos e geoespaciais para apoiar o desenvolvimento do país”.

Sócio da Davos Investimentos, Marcelo Boragini pontua que a estatal precisa de alguém engajado politicamente para destravar o acesso às informações estatísticas e assim destinar os recursos de maneira correta. “O IBGE precisa de alguém com vontade de fazer e capacidade de mobilização política, ou seja, é politicamente que ele vai ter muito trabalho. Acho que vale lembrar que ter acesso às informações estatísticas e geográficas é indispensável para o planejamento e avaliação de um país. Dessa forma, o IBGE possui uma grande importância econômica e social”, pontua.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

Bombeiro que matou 3 distraiu colega com açaí para furtar arma do QG

São Paulo – O bombeiro militar Ednei Antonio Vieira, de 42 anos, teria usado...

“Cena de guerra”, diz Eduardo ao mostrar rua de Porto Alegre alagada

Deputado está no Rio Grande do Sul desde 5ª feira (16.mai); o Estado é...

DF: ⁠briga entre moradores e condomínio irregular vira caso de Justiça

A ocupação de uma área pública de propriedade da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap),...

André Mendonça vota a favor da TV Globo no STF

Depois de Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes, mais um ministro do STF, André...

Mais para você