O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reúne hoje (30/5) outros 10 presidentes sul-americanos no Palácio Itamaraty, em Brasília. Estão confirmados os chefes de Estado de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela. Há 7 anos não acontece um evento como esse.
O anfitrião busca colocar em pauta a criação de uma organização mais ampla que a Unasul para representar a região em acordos e negócios internacionais. Lula tenta ser o protagonista e o representante escolhido por aclamação.
Mas para alcançar a unidade, Lula deve primeiro fazer Nicolás Maduro ser aceito pelos seus pares. O presidente venezuelano, que é acusado de violar os direitos humanos em seu país, vai se encontrar pela primeira vez com alguns dos seus vizinhos.
Também de esquerda, o chileno Gabriel Boric já assinou (junto de Jair Bolsonaro) uma resolução para condenar a repressão na Venezuela em 2020. Também defendeu a manutenção de uma comissão para investigar supostos crimes cometidos pelo governo Maduro.
De direita, Lacalle Pou, do Uruguai, também é um crítico do “regime ditatorial” de Maduro. Quando eleito, em 2019, chegou a dizer que tentaria romper as relações políticas com a Venezuela, mas não teve apoio no Parlamento.
Atualmente, há apenas três países com presidentes de direita ou de centro-direira na América do Sul: Santiago Penã (Paraguai); Lacalle Pou (Uruguai) e Guillermo Lasso (Equador). A esquerda fica com Lula (Brasil); Luis Arce (Bolívia); Alberto Fernández (Argentina); Dina Boluarte (Peru); Gustavo Petro (Colômbia); Nicolás Maduro (Venezuela); Chan Santokhi (Suriname) e Irfaan Ali (Guiana).
Hoje, cada chefe de Estado fará um pronunciamento, com tema livre. Depois, Lula oferecerá um almoço. À tarde, eles retomam a conversa para um diálogo informal.