InícioNotíciasPolicialCurso de tiro para crianças em Goiás causa polêmica nas redes

Curso de tiro para crianças em Goiás causa polêmica nas redes

Um clube de tiro de Jataí, no interior do estado de Goiás, ofereceu pelo menos dois treinamentos para crianças e adolescentes da região. O mais recente foi divulgado nas redes sociais neste mês e levou o Ministério Público (MP) a recomendar a paralisação imediata das atividades voltadas para o público infantojuvenil.

A orientação foi acatada e o Hunter Clube de Tiro comunicou o cancelamento do “Projeto Mirim”. Os vídeos e fotos das crianças e adolescentes atirando, com armas de pressão do tipo airsoft, foram removidos, mas o assunto continua gerando debates acalorados nas redes sociais.

A promotora de Justiça da Infância, da Juventude e da Educação de Jataí, Patrícia Almeida Galvão Costa, informou que instaurou um procedimento preparatório, que pode ser convertido em inquérito civil público. Na recomendação, expedida na quinta-feira da semana passada, ela solicitou que os cursos para crianças fossem imediatamente suspensos e requisitou vários documentos, entre eles, a lista dos participantes dos cursos e de seus responsáveis.

“Precisávamos parar as aulas. É visível que havia crianças, aparentando idade de 7 anos. Agora, vamos tomar outras providências”, explica. Foi estabelecido prazo de 15 dias para a entrega dos documentos.

Proprietário do clube, o empresário Rafael Carvalho procurou a promotora, junto com seu advogado, e assegurou que sua intenção era boa e que entregará os documentos solicitados no prazo. A partir da identificação dos responsáveis pelas crianças e adolescentes, eles serão ouvidos pelo MP.

O caso também será acompanhado pelo conselho tutelar. “Os conselheiros vão visitar as famílias e as escolas. Queremos saber, por exemplo, se houve alguma mudança repentina de comportamento que possa indicar um trauma”, justifica a promotora.

Ela acrescenta que seu foco é a defesa dos direitos das crianças e adolescentes. “Não sou da área criminal. Se houver algum indício nesse sentido, o procedimento será encaminhado também para a promotoria responsável”, destaca.

Para a Polícia Civil de Goiás, o fato não configura crime. Tanto que a própria polícia, em nota, informou que encaminhou a notícia ao Ministério Público tão logo tomou conhecimento, “por não haver tipificação penal”.

A promotora do caso diz que crianças e adolescentes não podem participar de nenhum tipo de treinamento, teórico ou prático, relacionado com tiros. Para os adolescentes de 14 a 18 anos, acrescenta Patrícia, é necessário ter autorização judicial, conforme dispõe o decreto 11.366/23, editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reduz o acesso a armas.

A reportagem procurou o empresário Rafael Carvalho por telefone e por mensagem de WhatsApp, mas ele não retornou o pedido de entrevista. Em nota divulgada por meio da página do Instagram, o clube comunicou a suspensão da atividade e a retirada das postagens, “pensando no bem-estar de todos os envolvidos no projeto”.

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