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Descoberta de sítio arqueológico em Santiago do Iguape, na Bahia, revela vestígios da pré-história e do século 16

A pacata vila de pescadores de Santiago do Iguape, situada às margens do rio Paraguaçu, no Recôncavo Baiano, é um local de grande valor histórico. Fundada pelos jesuítas no século 16, a vila abriga a primeira igreja construída na região, que recebeu a sanção canônica de matriz de Santiago. No entanto, um recente achado arqueológico tornou ainda mais significativa a importância do distrito.


Durante as escavações para a construção de uma praça ao lado da igreja, foi descoberto um sítio arqueológico que revelou vestígios de várias épocas, incluindo da pré-história. A obra foi imediatamente suspensa para permitir o trabalho de arqueólogos, que encontraram mais de dois mil fragmentos e cerca de 30 ossadas de pessoas e animais, possivelmente datando do século 16.


O que mais surpreendeu os pesquisadores, no entanto, foram os sambaquis, estruturas que podem ter milhares de anos e indicam a presença de povos antigos na região. A descoberta tem atraído a atenção dos moradores locais, e os arqueólogos passaram a visitar as escolas da área para explicar a importância histórica do achado.


A pesquisa continua em andamento, e as escavações seguem revelando mais informações sobre a história da vila e da região.

Segundo Olmo Lacerda, arquiteto da Conder, a descoberta inesperada transformou completamente o projeto da obra.

“Nossa expectativa era seguir com a construção da praça, mas a emergência de um sítio arqueológico tão significativo mudou tudo. Agora, a preservação dos achados é nossa prioridade, e estamos trabalhando em estreita colaboração com os arqueólogos para garantir que cada fragmento seja estudado com o devido cuidado.” O investimento do Governo do Estado na nova praça dos pescadores é de cerca de R$ 700 mil. 

O protocolo de escavação segue rigorosamente as diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que exige uma análise de impacto arqueológico antes de qualquer obra em áreas de valor histórico.

Além das escavações, palestras educativas foram realizadas em escolas da região, destacando a importância da preservação histórica e despertando o interesse dos jovens pela arqueologia. Mais de duas mil pessoas já visitaram o sítio, e, para ampliar o impacto educacional, a Conder ofereceu bolsas de estudo para estudantes de arqueologia. Ana Clara, de 13 anos, foi uma das jovens que participou das visitas:

“Foi incrível ver tudo de perto! Quando encontramos pedaços de coisas tão antigas, é como se estivéssemos conhecendo quem viveu aqui antes. Agora, vejo a história do lugar de um jeito muito mais especial.”

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