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“É um filme leve, feliz”, afirma Joel Zito sobre O Pai da Rita

Wilson Rabelo, Jéssica Barbosa e Ailton Graça em  O Pai da Rita: samba, afetos e debate sobre paternidade

Roque (Wilson Rabelo) e Pudim (Ailton Graça), compositores da velha guarda da escola de samba Vai-Vai, partilham um pequeno apartamento, décadas de amizade, o amor por sua escola de samba e uma dúvida sobre o que aconteceu com a passista Rita, paixão de ambos. No entanto, o surgimento de Ritinha (Jéssica Barbosa), filha da grande paixão perdida, ameaça desmoronar a amizade deles.

Essa é a sinopse de O Pai da Rita, novo filme de Joel Zito Araújo, um dos principais responsáveis pela emergência do que hoje chamamos de cinema negro no Brasil. Sucesso nas pré-estreias em São Paulo e Rio de Janeiro, o filme, classifica o diretor, é “leve, feliz e um dos mais divertidos em que já trabalhei”. O longa desenvolve temas como o samba, a paternidade negra e a amizade, como elenca o próprio diretor. Em Salvador, está  em cartaz na Sala de Arte do MAM, Sala de Arte do Paseo Itaigara e no Cine Metha Glauber Rocha.

Joel Zito espera que a mesma empolgação aconteça na  sala de cinema. “É um filme de público, uma comédia popular em torno do samba, da paternidade, com atores muito queridos como é o caso de Ailton Graça e Paulo Beting que é outro grande companheirão. Acho que tem chances de ter um bom público. Eu sempre fico com muito pé atrás porque não gosto de criar expectativa muito grande pra mim mesmo, não”, afirma, rindo.

cineasta
O diretor mineiro Joel Zito Araújo (Foto: Divulgação)

Presença baiana

Baiana de Feira de Santana e indicada ao prêmio de melhor atriz no Festival do Rio pela atuação em o Pai da Rita, Jéssica Barbosa detalha que sua personagem, Ritinha, sai do Maranhão para São Paulo tentando descobrir quem é o seu pai.

“Foi uma experiência muito boa, trabalhar com esses nomes incríveis, o ambiente da gravação foi muito leve”, conta Jéssica. Em seu Instagram, a atriz aproveitou para explicar a importância da primeira semana para o sucesso de um filme nas telonas: “O sucesso de um filme depende muito da primeira semana. Para que a gente fique em cartaz, filme preto, nacional, sem uma gota de sangue, com muitas gotas de afeto e alegria, precisamos ir aos cinemas”, escreveu.

Em seu Instagram, a atriz aproveitou para explicar a importância da primeira semana para o sucesso de um filme nas telonas: “O sucesso de um filme depende muito da primeira semana. Para que a gente fique em cartaz, filme preto, nacional, sem uma gota de sangue, com muitas gotas de afeto e alegria, precisamos ir aos cinemas”, escreveu.

Jéssica destaca que o filme é fruto do trabalho de um elenco primoroso, direção valiosa e uma grande equipe que faz cinema bem. “Esse filme é sobre contar nossas narrativas em primeira pessoa, pretogonismo. Divulguem, aproveitem o fim de semana, vão rir e descobrir quem é O Pai da Rita”, convida. 

Estreia no streaming

As próximas duas semanas serão muito intensas para Joel Zito Araújo. Além da estreia de O Pai Da Rita, ele também vai se aventurar no universo do streaming, com PCC – Poder Secreto, série documental que retrata a trajetória da facção criminosa surgida nos presídios de São Paulo.

Baseado no livro “Irmãos: Uma História do PCC”, de Gabriel Feltran, o documentário conta a história do PCC com depoimentos de integrantes da facção e mostrando os bastidores do ambiente prisional que propiciou seu surgimento, passando pela reação do Estado e o crescimento até se tornar a maior organização criminal da América Latina. A estreia está marcada para 26 de maio, pelo HBO Max.

Trabalhar em uma produção com o volume de recursos da série foi algo novo na vida de Joel Zito, que quase sempre trabalhou com cinema independente. Diretor de filmes  como a ficção As Filhas do Vento (2005) e os documentários A Negação do Brasil (2000) e Meu Amigo Fela (2019). A série é dividida em quatro episódios e tem produção de Gustavo Mello (Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime).

Em produções independentes, ele não apenas tinha a possibilidade, mas também a necessidade de estar a par de tudo. Desta vez, conseguiu ser somente diretor. Também foi diferente precisar dialogar com a direção da produtora no Brasil e em Los Angeles,  porque a série é feita para o mundo, não só para o Brasil. Um processo diferente, mas que classifica como interessante e muito enriquecedor.

“O PCC foi uma série que nos demandou 4 meses de filmagem no Brasil e no Paraguai. Eu acho que com O Pai da Rita estou desopilando o juízo das pessoas que convivem com o  PCC, a criminalidade no Brasil, tanto a oficial quanto a paralela, que creceu muito. O PCC tem uma lógica muito própria. É um fenômeno, que não vai morrer amanhã e nossa preocupação foi demonstrar isso. Compreender o que está por trás dessa força do PCC, que só se expande”, analisa.

Na leveza ou no peso, Joel Zito continua escrevendo seu nome e enegrecendo a produção audiovisual brasileira. Para o Brasil e para o mundo. Oferecendo a possibilidade de novas narrativas, trazendo outros corpos e, principalmente, fazendo cinema de alto nível.

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