InícioEditorialEm ano eleitoral, deputados temem desgaste e evitam projetos polêmicos

Em ano eleitoral, deputados temem desgaste e evitam projetos polêmicos

Dois projetos de lei de autoria do Governo do Distrito Federal estão trancando a pauta da Câmara Legislativa (CLDF). A abertura de crédito de mais de R$ 500 milhões para serem pagos às empresas de ônibus e a criação de uma loteria distrital são alvo de controvérsias e, com isso, a avaliação de deputados é que ainda não há clima para a aprovação.

No caso dos coletivos, a estratégia adotada pelo GDF neste ano é diferente daquela utilizada no ano passado. Enquanto em 2021 foram cinco créditos de valores menores aprovados ao longo dos meses, o governo, desta vez, tenta viabilizar um grande montante em uma única leva para, na avaliação dos parlamentares, diminuir o desgaste.

Mesmo assim, não tem sido fácil reunir a base governista e o chamado “centrão” em torno da pauta. O projeto chegou a ser lido na sessão da última terça-feira (3/5), mas apenas 14 deputados, sendo cinco de oposição, estavam presentes. Com a retirada do bloco contrário à aprovação, restaram apenas nove distritais e foi necessário encerrar as discussões.

O montante total é de R$ 504.897.965,00 e “objetiva atender despesas com a Manutenção do Equilíbrio Financeiro do Sistema de Transporte Público Coletivo”. Em outras palavras, é sanar a necessidade que o governo alega ter para cobrir os prejuízos das empresas, a chamada Tarifa Técnica.

A tarifa é usada para diminuir o preço pago pelo usuário. É como se o GDF arcasse com uma parte de cada passagem liberada nos ônibus da capital.

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  • Há uma crítica por parte de deputados de que esse modelo não é o ideal. Fora isso, alguns consideram que seria muito mais fácil se todo o montante a ser pago já estivesse previsto na Lei de Orçamento Anual (LOA), sem a necessidade de abrir crédito. Por outro lado, a aprovação do projeto é considerada inevitável, pois existe a possibilidade de atraso de pagamentos aos trabalhadores do sistema.

    Qualidade do transporte público e altos repasses

    O principal problema para a aprovação dos R$ 500 milhões é a associação feita entre o total de dinheiro gasto pelo governo e a qualidade dos ônibus na capital.

    Uma pesquisa recente do Observa DF, feita por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), mostra que o transporte público, juntamente com os hospitais, são os piores avaliados pela população. De acordo com o levantamento, um em cada três entrevistados considera os coletivos de péssima qualidade.

    Há um impasse também com relação à renovação das frotas de ônibus. Distritais da oposição lembram que o prazo máximo para a troca dos veículos pelas empresas já foi dilatado por duas vezes, a última em fevereiro deste ano, e algumas companhias ainda nem apresentaram um contrato provando que o pedido foi feito.

    Levantamento realizado pela Grande Angular em 2021 mostra que, naquele ano, o repasse foi de pelo menos R$ 717,6 milhões. Já em 2020, o GDF investiu R$ 576,8 milhões no sistema de transporte público. No ano de 2019, a verba destinada aos coletivos foi algo próximo: R$ 567,7 milhões.


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    A soma dos valores chega a R$ 1,862 bilhão e o novo aporte fará com que a marca dos R$ 2 bilhões seja ultrapassada.

    Nova loteria é problema para evangélicos

    Já a proposta de loteria causa mal-estar entre deputados evangélicos, historicamente contra qualquer tipo de jogo de azar. A bancada até chegou a apresentar uma emenda que busca proibir eventuais cassinos e bingos na capital, mas seria uma votação que pode criar ruído com os eleitores.

    Já a oposição se preocupa com a brecha que o PL abre para que a iniciativa privada possa controlar o jogo. Uma vez que haveria grande movimentação monetária, os parlamentares veem a possibilidade de o crime organizado utilizar a loteria para lavagem de dinheiro.

    Negociações para a pauta andar

    Com dificuldades nestes dois projetos, o GDF negocia outros itens na pauta para serem aprovados. A expectativa maior é de um acordo para que mudanças no Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Distrito Federal (Inas-DF) sejam aprovadas já na próxima sessão.

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