O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (10/4) que, durante sua viagem à China, nesta semana, convidará o presidente do país, Xi Jinping, para visitar o Brasil. A ideia, segundo Lula, é apresentar ao chinês projetos que podem contar com investimentos do país asiático.
“Nós vamos consolidar nossa relação com a China. […] Eu vou convidar o Xi Jinping para vir ao Brasil para uma reunião bilateral, para conhecer o Brasil, para mostrar os projetos que nós temos de interesse de investimento dos chineses”, afirmou o presidente durante entrevista no programa “A Voz do Brasil”.
“Eu só queria te dizer que a gente não quer que os chineses comprem coisas nossas. O que nós queremos é construir parcerias com os chineses. O que nós queremos é fazer sociedade com os chineses para que eles possam fazer investimentos em coisas que não existem”, acrescentou Lula.
Na entrevista, Lula ainda disse que o Brasil deve participar de agendas com países com grandes florestas, como o Congo e a Indonésia. De acordo com ele, a reunião com os países deve ocorrer em junho. Até lá, explicou, o presidente tentará articular a participação de países da América Latina que tenham território na Amazônia para o encontro.
“Eu já tenho, em junho, um compromisso com o Congo, que está convidando o Brasil e a Indonésia para fazer um grande encontro dos três países do mundo que têm a maior floresta verde do mundo. Obviamente que eu vou tentar convencer o Congo a convidar os países da América do Sul. Porque nós também temos que ter a humildade e reconhecer que a Amazônia não é só nossa. A Amazônia tem vários países que têm um potencial extraordinário”, declarou.
Viagem à ChinaLula embarca, na manhã desta terça-feira (11/4), para a China, onde terá agenda dos dias 12 a 14 de abril. Inicialmente, a viagem estava prevista para ocorrer no fim de março, mas precisou ser adiada após Lula ter sido diagnosticado com pneumonia e influenza.
Segundo o Palácio do Planalto, a comitiva presidencial será composta pelo ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social).
A delegação ainda contará com a participação de cinco governadores e 26 parlamentares. O Itamaraty e o governo chinês preparam a assinatura de cerca de 20 acordos bilaterais, sendo um deles voltado para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos em parceria entre Brasil e China.
A China será o quarto país que Lula visita desde que tomou posse, em janeiro deste ano. Naquele mês, o presidente fez sua primeira viagem para a Argentina e para o Uruguai. Em fevereiro, o petista ainda visitou os Estados Unidos.
Esta é a terceira vez que Lula viaja para a China na condição de presidente da República. A primeira vez que o petista foi ao país asiático foi em 2004, durante o seu primeiro mandato. A segunda, já na segunda gestão como mandatário do país, ocorreu em 2009.
Segundo o governo brasileiro, a visita de Lula ao país chinês “faz parte da reconstrução das relações internacionais”. A China é o maior parceiro comercial do Brasil.
Em 2022, o produto brasileiro mais vendido para o mercado chinês foi a soja, com 36% do total exportado, seguido pelo minério de ferro com 20% e o petróleo com 18%. O perfil da exportação mudou um pouco em janeiro e fevereiro de 2023, com o petróleo na liderança com 23%, seguido pela soja (22%) e o minério de ferro (21%).