Investigado na “Operação Penalidade Máxima II”, que apura o envolvimento de jogadores de futebol em esquemas de manipulação de apostas esportivas, o zagueiro Victor Ramos se defendeu das acusações. Por meio de nota, a defesa nega a participação do atleta no crime e diz que ele não aceitou receber qualquer tipo de vantagem nem provocou infrações.
“Não houve aceitação ou recebimento de vantagem com a finalidade de manipular resultados ou provocar infrações. A defesa escrita do jogador será apresentada buscando sua absolvição sumária. Deve-se preservar a presunção de inocência de VICTOR RAMOS e observar a sua história no futebol profissional, evitando as consequências irreversíveis de publicações que buscam condenações apressadas e antecipadas”, diz trecho da nota (confira a íntegra abaixo).
Revelado pelo Vitória, Victor Ramos atualmente defende a Chapecoense na Série B do Brasileirão. No início do ano ele atuou pela Portuguesa. Em abril, o zagueiro foi conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para prestar depoimento na primeira fase da operação.
Em conversa com apostadores, Victor Ramos sugere acerto com jogadores em esquema de manipulação (Foto: Reprodução) |
Já nesta quarta-feira (10), prints de conversas entre Victor Ramos e apostadores mostram que o jogador participou de um esquema de manipulação. De acordo com o diálogo interceptado pela polícia no celular de Victor, o zagueiro teria concordado em receber R$ 100 mil para cometer um pênalti durante o jogo entre Portuguesa e Guarani, no dia oito de fevereiro, pelo Campeonato Paulista.
A aposta não foi confirmada pois os apostadores não encontraram outros jogadores para montar o esquema.
Em outra conversa, Victor Ramos aparece indicando jogadores para a quadrilha. Ele chega a dizer que teria acertado com atletas de Curitiba, Athletico-PR e Bahia. Os nomes dos possíveis envolvidos não foram divulgados.
A Chapecoense, clube atual de Victor Ramos, disse em nota que confia nas investigações e que vai aguardar o fim do inquérito para tomar as medidas cabíveis.
Confira a nota da defesa de Victor Ramos:
“NOTA DE ESCLARECIMENTO À IMPRENSA.
Diante do que está sendo especulado nos veículos de imprensa, no bojo de uma das fases da operação PENALIDADE MÁXIMA, deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), em que figura como um dos denunciados o atleta VICTOR RAMOS FERREIRA, e na condição de seu advogado nesse procedimento, esclarecemos que:
1 – VICTOR RAMOS tem cerca de 25 anos de carreira. Desses, 15 anos de dedicação ao futebol, atuando de forma profissional. Em todo esse período, jamais foi destinatário de qualquer investigação criminal ou apuração de conduta antidesportiva;
2 – Em 18 de abril desse ano, o atleta fora surpreendido com o cumprimento do mandado de busca e apreensão em sua residência, sendo apreendido seu aparelho telefônico;
3 – O jogador foi inquirido no Ministério Público e negou a autoria dos fatos. Juntou evidências nos autos da ação penal e pretende continuar colaborando com as investigações, e com a Justiça para comprovar, agora definitivamente, sua inocência;
4 – Destaca-se que a acusação não imputa a VICTOR a condição de integrante de organização criminosa, bem como não afirma ter o atleta praticado qualquer ato de execução com a finalidade de manipular a idoneidade e integridade do jogo. Objetivamente, o zagueiro jamais foi advertido com cartões, e não cometeu qualquer penalidade máxima em jogos que constituem o objeto da investigação;
5 – A denúncia foi oferecida com base, apenas, em prints (capturas de tela) parciais de conversas travadas no ‘whatsapp’. Ainda assim, as mensagens demonstram um contexto diverso, revelando reiteradas recusas do atleta em participar de qualquer manipulação desportiva, juntadas pelo próprio MP. Essa prova eletrônica ainda terá sua validade verificada judicialmente;
6 – Por fim, não houve aceitação ou recebimento de vantagem com a finalidade de manipular resultados ou provocar infrações. A defesa escrita do jogador será apresentada buscando sua absolvição sumária. Deve-se preservar a presunção de inocência de VICTOR RAMOS e observar a sua história no futebol profissional, evitando as consequências irreversíveis de publicações que buscam condenações apressadas e antecipadas.
Salvador, 10 de maio de 2023.”