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Empresário do ramo de armários acumula denúncias de calores de mais de R$ 100 mil

Um grupo de cerca de dez pessoas acusa uma empresa de armários planejados do Distrito Federal de dar calotes que somam mais de R$ 100 mil. O dono da Living Ambientes teria assinado os contratos, prometido serviços em até 30 dias e desaparecido com o dinheiro. Há um boletim de ocorrência de estelionato registrado contra o acusado, que abandonou a loja física.

Uma das pessoas que denuncia o caso é David Dias, 40 anos. Ele conta ter pagado R$ 10 mil via Pix e R$ 5.500 em duas parcelas no cartão de crédito para fabricação e montagem de móveis planejados, em um contrato firmado no começo de novembro de 2022 e com prazo de entrega até dia 10 de dezembro daquele ano. Até hoje, o serviço não foi entregue.

Após diversos questionamentos, o dono da empresa, Edney Mangrich, passou a não responder mais o cliente. “Ele vai até a casa do cliente, faz as devidas medições e um projeto de marcenaria para o interessado. Então, faz um contrato com o método de pagamento, recebe o dinheiro e não entrega a mercadoria. É um método simples, de ficar dando respostas vagas”, relata.

Prints de conversas entre cliente e empresário no WhatsApp mostram Edney argumentando de diversas formas. “Tive alguns contratempos na fábrica”, disse em 8 de dezembro. “Tive um probleminha de saúde esses dias”, escreveu em 27 de dezembro. “Fiquei sem celular”, alegou em 14 de janeiro. No fim, prometeu resposta em “um ou dois dias”, em 16 de janeiro, repetiu a promessa dias depois e acabou parando de responder.

Prints de conversas em diferentes datas, com diferentes justificativasDavid conta, ainda, que esteve em endereços que constam no contrato. “O endereço de Águas Claras tem uma loja fechada. E no endereço de Vicente Pires tem uma loja fechada com uma placa de aluga-se”, diz.

“Dando desculpas”Outra vítima, que preferiu não se identificar por já ter um processo na Justiça em relação ao caso, fez um relato semelhante. “Você paga e ele não entrega o material, só vai dando desculpas que vão irritando a pessoa a ponto de abrir um processo judicial, que têm pelo menos uns 8 contra ele. Ele diz que teve Covid, que o filho teve Covid, que a mulher teve câncer e fazia tratamento em Goiânia, o computador quebrou, o carro foi roubado.”

O grupo de pessoas que soube dos outros casos foi crescendo, até que as somas de quanto cada um pagou para Edney ultrapassou as cifras de R$ 100 mil. Na internet, há mais denúncias contra a Living Ambientes. Em uma delas, a empresa respondeu, mas com ameaças e palavras de baixo calão que foram censuradas pela plataforma on-line.

“Você é [censurado]. Seu marido um [censurado]. A polícia já deve ter intimado vocês, por isso estão bravos. Eu cumpri minha parte no acordo, vocês não. Eu já estou em outra, já estou atendendo normalmente. Problemas comerciais e desavenças todo comerciante tem. […] Nós veremos no tribunal criminal!”, escreveu a Living em resposta a uma cliente com as mesmas denúncias. O perfil da empresa no Instagram também foi trancado.

A aposentada Deodora Lucas de Farias, 60, também luta para ter o dinheiro de volta. Na assinatura do contrato, em novembro de 2020, ela pagou R$ 20 mil. Agora, ela se junta às denúncias contra Edney. “Não quero que outras pessoas sejam lesadas. Sei de várias outras que ele continua lesando. Vamos ter que parar ele”, conta. Nas mensagens com o acusado, Deodora reclama com ele sobre a falta de retorno. “Você não atende e nem retorna minhas ligações. Já cheguei no meu limite em esperar que você resolva todos os problemas”, escreveu ela.

Sem contatoA reportagem tentou contato com Edney. Ele não atendeu a ligação, mas respondeu no WhatsApp, com uma ameaça velada. O empresário não quis comentar as denúncias como um todo, argumentando que precisaria ler uma por uma e saber quem eram os denunciantes, mesmo aqueles em que a reportagem preservou o sigilo.

Ele disse ainda que estava respondendo outros veículos de imprensa e iria “juntar todas essas conversas em uma grande ação judicial”, dando a entender que processaria os jornais que veiculassem as denúncias. Quando enviados todos os detalhes de um boletim de ocorrência feito contra ele em dezembro, não se pronunciou mais.

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