InícioNotíciasPolíticaEntenda a operação que levou Alexandre Pires a ser investigado pela PF

Entenda a operação que levou Alexandre Pires a ser investigado pela PF

O cantor Alexandre Pires foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) nessa segunda-feira (4/12). Foram mais de dois anos de investigação para apontar o intérprete de “Essa Tal Liberdade” como suspeito em um esquema de garimpo ilegal em Terras Indígenas Yanomami (TIY).

Em janeiro de 2022, a PF identificou 30 toneladas de cassiterita extraídas do território indígena na sede de uma empresa investigada. O minério era preparado para o envio ao exterior.

Uma pessoa é presa pela PF por mineração ilegal a cada quatro dias

Apelidada de “ouro negro”, a cassiterita permite a extração de estanho, usado inclusive para fabricação de telas de celular e de outros aparelhos eletrônicos, de acordo com a PF. Em média, uma tonelada vale US$ 40 mil. Ao todo, a organização criminosa teria movimentado R$ 250 milhões.

Veja imagens de garimpo ilegal em Terras Indígenas Yanomami:

Garimpo ilegal

Imagem de garimpo Ascom/Ibama

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Sobrevoo no início de 2020 mostra atividade de garimpo na TI Yanomami Chico Batata/Greenpeace

MPF Governo Federal – Garimpo – Yanomami

MPF já denunciou 79 pessoas por crimes relacionados ao garimpo ilegal em Terra Yanomami em 2023 Reprodução/Leo Otero – MPI

Governo Federal – Garimpo – Yanomami

Garimpo na terra Yanomami Reprodução/Leo Otero – MPI

Governo Federal – Garimpo – Yanomami

Reprodução/Leo Otero – MPI

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Operação contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami em agosto de 2022 Ascom Polícia Federal

Garimpo, Covid e ataques: povo Yanomami vive sob tensão e violência

Garimpo em terra Yanomami Hutukara Associação Yanomami/Divulgação

Garimpo, Covid e ataques: povo Yanomami vive sob tensão e violência

Garimpo em terra Yanomami Hutukara Associação Yanomami/Divulgação

Garimpo na Terra Indígena Yanomami

Em sobrevoo realizado em maio de 2020, em Roraima, Greenpeace registrou invasão de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami. O desmatamento nas terras indígenas aumentou 64% nos primeiros quatro meses de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019. Por estarem dentro ou circulando por esses territórios, garimpeiros, madeireiros e invasores são potenciais transmissores da Covid-19 para os indígenas. Chico Batata/Greenpeace

O inquérito policial revelou esquema voltado para “lavagem” de cassiterita. O minério seria retirado ilegalmente da terra Yanomami, mas era declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), supostamente transportado para Roraima para tratamento.

À época, a PF identificou transações financeiras que envolviam toda a cadeia produtiva do esquema, com participação de pilotos de aeronaves, além do auxílio de postos de combustíveis, lojas de máquinas, equipamentos para mineração e “laranjas”, para encobrir movimentações fraudulentas.

Um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes é o famoso empresário Matheus Possebon, influente no ramo musical.  Possebon é um dos executivos da  Opus Entretenimento, que gerencia a carreira de nomes famosos da música brasileira, como Daniel, Seu Jorge, Ana Carolina, Munhoz e Mariano entre outros. O empresário também se arrisca na carreira musical e já gravou em estúdios internacionais.

No catálogo de artistas, ainda está o cantor Alexandre Pires, que é investigado por participação no esquema. O pagodeiro teria recebido ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada

Operação A Operação Disco de Ouro cumpriu mandado de busca e apreensão contra o músico, que se apresentava em um cruzeiro em Santos. A operação tem o objetivo de desarticular o esquema de financiamento e logística do garimpo ilegal.

As equipes cumpriram dois mandados de prisão, bem como seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). A Justiça determinou, ainda, o sequestro de mais de R$ 130 milhões em bens dos suspeitos.

Veja imagens:

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Polícia Federal (PF) deflagrou Operação Disco de Ouro na manhã desta segunda-feira (4/12) Reprodução/PF

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Força-tarefa visa desarticular esquema de financiamento e logística do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) Reprodução/PF

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Esquema teria contado com empresário do ramo musical de expressão nacional, que seria um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes, bem como um cantor que teria recebido ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada Reprodução/PF

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Equipes cumpriram dois mandados de prisão, bem como seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC) Reprodução/PF

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Justiça determinou, ainda, sequestro de mais de R$ 130 milhões em bens dos suspeitos Reprodução/PF

Alexandre Pires Em 1989, o cantor Alexandre Pires fundou o grupo de pagode romântico Só Pra Contrariar. A carreira como vocalista — até sair do grupo, no início dos anos 2000 — deu fama ao artista. Entre os sucessos do SPC, destacam-se “Sai da minha Aba”, “Depois do Prazer” e “Que Se Chama Amor”.

O Metrópoles entrou em contato com a assessoria do cantor Alexandre Pires, mas até o momento não houve resposta. Esse espaço segue aberto para possível manifestação.

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Reprodução/ Redes Sociais

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Cantor teria recebido ao menos R$ 1 milhão Reprodução/ Redes Sociais

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Reprodução/ Redes Sociais

Um preso a cada 4 dias A Polícia Federal (PF) prende em flagrante, em média, uma pessoa a cada quatro dias por crimes de mineração ilegal, o que inclui o garimpo ilegal, mas também outras fases desse mercado, como o transporte e venda desse minério, conforme o Metrópoles revelou em agosto deste ano.

Os dados da PF mostram que, no ano de 2019, a quantidade de prisões em flagrante por mineração mais que dobraram, registrando um aumento de 108,77%. Já no último ano de 2022, houve uma queda de 46,81% no número de presos pela PF por esse tipo de crime.

É o que revela as estatísticas da PF sobre as prisões em flagrante por esse tipo de crime entre os anos de 2016 e 2022. Apenas dados desses anos foram disponibilizados para a reportagem.

Em março deste ano, em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de São Paulo identificou 20 toneladas de cassiterita sendo transportadas. A carga apreendida foi avaliada em R$ 3 milhões.

O motorista, de 37 anos, receberia R$ 110 mil pelo frete. A carga vinha de Boa Vista (RR) e havia sido extraída da reserva Uraricoera. Ele e o passageiro, também de 37 anos, foram presos em flagrante por transporte de minério extraído ilegalmente. Ambos já tinham passagens pela polícia.

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