São Paulo – Ex-militar e principal governante do País a se identificar com valores conservadores, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) teve uma manhã em que foi tietado por jovens ligados às Forças Armadas durante um evento para prestigiar uma troca de comandantes de uma instituição do Exército na capital paulista.
Tarcísio foi à posse do coronel de cavalaria Alexandre Lückemeyer Machado Carrion como novo comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e do Colégio Militar de São Paulo (CMSP), instituição de ensino do Exército que teve expansão sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), padrinho político de Tarcísio, e que deve ser ampliada no Estado de São Paulo.
Tarcísio deveria gravar uma entrevista para as redes de comunicação do Exército – e falar com jornalistas civis – após a cerimônia, mas não conseguiu. Ao se aproximar dos alunos das duas instituições, que ocupam o mesmo prédio, o Solar dos Andradas, em Santana, na zona norte, Tarcísio foi cercado pelas centenas de estudantes das instituições e preferiu tirar fotos com todos eles.
O assédio dos adolescentes durou cerca de 30 minutos e teve de ser puxado por seus assessores direto para os carros oficiais, uma vez que deveria seguir ainda na parte da manhã para o Rio de Janeiro, sua cidade natal, para participar de um evento do Consórcio de Integração Sul e Sudeste.
O Colégio Militar de São Paulo tem alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental. A entidade deve ser transferida para um novo espaço, no Campo de Marte, também na zona norte, e receber alunos até o terceiro ano do ensino médio nos próximos quatro anos.
Não fazia parte do cerimonial da troca de comandantes uma fala do governador. Apenas militares fizeram discurso no evento. Carrion assume o posto que pertencia ao coronel de comunicações Maurício Vieira Gama. Por isso, não houve discursos de Tarcísio
Tarcísio foi militar entre 1996 e 2008, encerrando a carreira no posto de capitão. Formado na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), mesma instituição pela qual passou Bolsonaro, ele serviu durante a missão de paz do Haiti que o Brasil liderou na Organização das Nações Unidas (ONU).