O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sempre tratava os presentes recebidos por delegações estrangeiras como personalíssimos, de acordo com o ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica do Palácio do Planalto, Marcelo Vieira.
Os presentes personalíssimos são aqueles considerados propriedade privada de quem os recebeu, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU). Normalmente, também são itens de menor valor, ou consumíveis.
Segundo o ex-funcionário do Planalto, Cid passou os quatro anos do governo Bolsonaro tratando os presentes recebidos por delegações estrangeiras como personalíssimos. As afirmações de Vieira foram feitas durante entrevista à Globonews.
“O Cid já chegava dizendo que aquilo era personalíssimo. E eu falava assim: “pelo amor de Deus, isso não é personalíssimo”, desabafou Vieira. “Passei quatro anos explicando isso para ele. E ele continuou. Eu não sei se ele não entendia ou se entrava por um ouvido e saía pelo outro”, completou.
Quando questionado sobre a visão de Mauro Cid a respeito dos presentes, Vieira apenas respondeu que o tenente-coronel “tinha a interpretação dele”.
Mauro Cid e mais 7 pessoas prestaram depoimento à PF na última quinta-feira (31/8) sobre o possível esquema das joias entregues como presente por delegações estrangeiras, sendo:
Jair Bolsonaro, ex-presidente; Michele Bolsonaro, ex-primeira-dama; Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações; Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro; Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro e coronel da reserva do Exército; Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Cid e general da reserva; e Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro e tenente do Exército. Dos depoentes, Wassef foi o único que não estava em Brasília. O depoimento dele foi feito por meio de videoconferência a partir da PF de São Paulo.
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Mauro César Cid deixa rosto aparecer em reflexo de caixa com esculturas sauditas Reprodução/PF
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Pai de Mauro Cid tentou vender esculturas, parte de presentes oficias enviados por sauditas Reprodução/PF
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Em conversa, Mauro Cid lembra o pai de fotografar as esculturas Reprodução/PF
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Caixa onde escultura saudita estava guardada Reprodução/PF
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Escultura apelidada de o “barco” fora da caixa Reprodução/PF
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O “barco”, um dos presentes oficiais enviados por sauditas que pai de Mauro Cid tentou negociar Reprodução/PF
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Escultura apelidada de o “barco” dentro da caixa Reprodução/PF
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Escultura apelidada de o “barco” dentro da caixa Reprodução/PF
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Escultura apelidada de o “coquerio” fora da caixa Reprodução/PF
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Pai de Mauro Cid tentou avaliar a escultura apelidada de o “coqueiro”, um dos presentes oficiais enviados por sauditas Reprodução/PF
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Escultura apelidada de o “coquerio” dentro da caixa Reprodução/PF
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Bolsonaro recebeu uma árvore semelhante as fotos em 16 de novembro de 2021, após Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira na cidade de Manama, Bahrein Reprodução
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Fachada da Gold Grillz Miami, loja que comercializa produtos com ouro ou outros metais preciosos Reprodução
O caso das joias de Bolsonaro A Operação Lucas 12:2 investiga o destino de presentes entregues ao então presidente Jair Bolsonaro durante visitas oficiais. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os itens devem ficar no acervo da União, e não no acervo pessoal do ex-mandatário.
Veja presentes de Bolsonaro negociados pelo pai de Mauro Cid em Miami.
Em 11 de agosto, aliados e auxiliares de Bolsonaro foram alvos de ação da PF no caso das joias. São eles: o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, o ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid, o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef e o segundo-tenente Osmar Crivelatti.