São Paulo – Com pelo menos um caso a cada 27 horas, o estado de São Paulo bateu recorde de feminicídio no mês de fevereiro de 2023. Entre as mulheres assassinadas neste ano, 93% sofriam com histórico de violência doméstica, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Uma das ocorrências é de Luciene Souza dos Santos, de 22 anos, morta a pauladas pelo ex-marido na frente dos três filhos, em Itariri, no interior de São Paulo. O feminicídio teria sido motivado por ciúmes.
Ao todo, 25 mulheres foram assassinadas no mês passado em São Paulo – o maior número para o mês de fevereiro desde o início da série histórica, em 2018, de acordo com dados da SSP. Em janeiro, foram 18 feminicídios.
Com isso, São Paulo já soma 43 casos registrados nos dois primeiros meses do ano. O índice é 87% maior comparado ao mesmo período de 2022, ano que terminou com recorde de mulheres assassinadas no estado. Foram 187, ao todo.
Companheiros são principais autores de feminicídioEm nota, a SSP afirma que 20 autores de feminicídio foram presos em 2023. Em fevereiro, um desses suspeitos foi pego pela Polícia Militar após cair em uma blitz por andar de moto sem capacete.
Para tentar interromper a tendência de alta, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) aposta em um “mapa de assassinatos”, chamado de SPVida, lançado no mês passado.
Segundo a SSP, o programa “permite analisar a dinâmica criminal dos crimes contra vida para que, desta forma, seja possível elaborar diagnósticos e planos de ações”.
“Após análise dos dados foi possível constatar que, dos 43 casos de feminicídios, 30 deles foram provocados devido à relação afetiva entre a vítima e o autor. As outras ocorrências tiveram como autores amigos ou familiares”, diz a pasta.
A análise do governo mostra que, em 93% dos feminicídios, a vítima já possuía um histórico de violência doméstica. Mulheres com medida protetiva concedida pela Justiça recebem socorro preferencial por meio do aplicativo SOS Mulher, de acordo com a SSP.
“São Paulo conta com a maior estrutura do país para combater a violência contra as mulheres. São 140 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), sendo 11 em funcionamento ininterrupto, além da DDM Online, que permite o registro destes crimes pela internet”.