Filho de brasileiros, o deputado George Santos, eleito nos Estados Unidos (EUA) em novembro, confessou que mentiu para os eleitores sobre o próprio currículo. Ele veio a público esclarecer os fatos após um jornal norte-americano desmentir informações e o acusar de ter cometido um crime no Brasil.
Em entrevista ao New York Post, o político eleito reconheceu que não contou a verdade durante a campanha, mas que o fato não o impediria de exercer bem a função.
“Eu não sou um criminoso”, defendeu, durante a entrevista. “Isso não me impedirá de ter um bom sucesso legislativo. Eu serei eficaz. Eu serei bom”.
Contestado, ele defendeu que trata-se de uma “mistura de palavras”. “Meu pecados aqui foram embelezar meu currículo. Sinto muito”, completou. Ele também teria mentido sobre ser judeu, e explicou que é católico.
Santos conquistou uma vaga de deputado pelo distrito de Nova York em novembro, após derrotar o democrata Robert Zimmerman. Filho de mãe fluminense e pai mineiro, ele é o primeiro parlamentar abertamente gay eleito pelo Partido Republicano — legenda de Donald Trump.
A biografia profissional de Santos foi questionada no início deste mês, após uma reportagem do The New York Times revelar que ele incluiu informações falsas sobre as formações acadêmica e profissional na campanha.
Ao contrário do que disse em campanha, o filho de brasileiros não se formou na universidade Baruch College em 2010. Ele admitiu que não fez ensino superior, tampouco trabalhou no Citigroup e no Goldman Sachs, empresas que colocou como experiências profissionais.
“Não me formei em nenhuma instituição de ensino superior. Estou envergonhado e arrependido por ter enfeitado meu currículo”, disse. “Eu admito isso … Fazemos coisas estúpidas na vida.”
Acusação de roubo
Na reportagem, o jornal norte-americano afirma que, em 2008, quando George Santos tinha 19 anos, ele morava em Niterói (RJ) e roubou um talão de cheques de um paciente tratado pela mãe, que trabalhava como enfermeira.
As informações da Justiça brasileira apontam que ele fez compras com o talão de cheques, inclusive, teria comprado um par de sapatos. Em 2010, George confessou os crimes, e a Justiça permitiu que ele não fosse preso.
Durante a entrevista, o crime é o único trecho da reportagem que o político negou. “Não sou um criminoso aqui, nem no Brasil e nem em nenhuma jurisdição no mundo. De jeito nenhum, isso não aconteceu”, defendeu.
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