InícioEditorialPolítica NacionalFux pede vista e pausa análise da suspensão da desoneração da folha

Fux pede vista e pausa análise da suspensão da desoneração da folha

Até o momento, 4 ministros acompanharam o voto do relator, Cristiano Zanin, pela reoneração da folha de 17 setores da economia

Ministro tem até 90 dias para apresentar seu voto no plenário virtual Sérgio Lima/Poder360 – 18.mai.2022

PODER360 26.abr.2024 (sexta-feira) – 22h29

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux pediu vista (mais tempo para avaliação) nesta 6ª feira (26.abr.2024) e pausou a análise da liminar concedida por Cristiano Zanin que suspendeu a eficácia de trechos da lei 14.784 de 2023, que prorrogou a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia até 2027.

Mais cedo, o ministro Edson Fachin havia depositado seu voto no plenário virtual para manter a suspensão de trechos da lei 14.787 de 2023. O voto de Fux pode formar maioria ou abrir a divergência. Agora, o ministro tem até 90 dias para apresentar seu voto.

Por enquanto há 5 votos favoráveis a manter a decisão:

Cristiano Zanin; Flávio Dino; Gilmar Mendes; Roberto Barroso; Edson Fachin. A decisão de Zanin já tem validade. Se referendada pelos demais ministros, terá efeito até que o STF julgue a ação definitivamente. Ele defendeu a manutenção de sua decisão liminar que atende parte dos pedidos feitos pelo governo que Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O caso foi levado a julgamento na 6ª feira (25.abr) e iria até 6 de maio. Com o pedido de vista, o prazo é estendido.

Leia também:

Zanin decidiu em 1 dia ação de R$ 11,6 bilhões a favor de Lula PEDIDO DE LULA A decisão de Zanin atendeu um pedido da AGU (Advocacia Geral da União), que também é assinado por Lula, protocolado um dia antes. No pedido encaminhado ao STF, o governo não indica o número de setores em que a desoneração poderia ser considerada inconstitucional. Cita só em áreas “sem a adequada demonstração do impacto financeiro”.

O governo quer acabar com o benefício fiscal para as empresas para aumentar a arrecadação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia sinalizado que iria judicializar a questão.

Desonerar um setor significa que ele terá redução ou isenção de tributos. Na prática, deixa a contratação e manutenção de funcionários em empresas mais baratas. Defensores do mecanismo dizem que esse tipo de prática aquece a economia e promove a criação de empregos.

A desoneração dos municípios pequenos também está incluída na ação enviada ao Supremo. Atualmente, está válida para aqueles com até 156,2 mil habitantes. Nesse caso, a AGU também não cita números e fala em improdutividade.

A ação da AGU pede ainda que a MP (medida provisória) 1.202 de 2023 seja considerada constitucional. O texto tinha objetivo de aumentar a arrecadação por meio de algumas iniciativas, como o fim gradual do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e da desoneração.

Segundo o governo, a manutenção do mecanismo vai contra princípios da Constituição Federal, da Lei de Responsabilidade Fiscal (lei complementar 101 de 2000) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Eis a íntegra do pedido do governo (PDF – 13 MB).

IMPACTO FISCAL No 1º trimestre, o Tesouro Nacional deixou de arrecadar R$ 4,2 bilhões com a modalidade. Portanto, o impacto potencial é de R$ 11,6 bilhões de abril a dezembro de 2024.

Como a arrecadação do governo federal está associado ao número de funcionários das empresas, o valor pode ser menor caso haja uma onda de demissões. O pedido feito ao STF foi da AGU (Advocacia-Geral da União), mas capitaneado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Ele defende que a política criada para fomentar empregos não teve os resultados esperados. Além disso, disse que, desde a promulgação da Reforma da Previdência, a renúncia fiscal passou a ser inconstitucional. Setores criticam a reoneração, principalmente pela volta repentina que frustra o planejamento financeiro das empresas.

A desoneração custou R$ 148,4 bilhões desde o início da política, em 2012. Sob o governo Dilma Rousseff(PT) até 56 setores foram beneficiados. O ex-presidente Michel Temer (MDB) diminuiu o número para os atuais 17.

IDAS E VINDAS Haddad havia dito em dezembro de 2023 que o tema era inconstitucional e que o governo acionaria a Justiça. Leia a ordem cronológica dos fatos para entender o impasse da desoneração:​

13.jun.2023 – Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou a prorrogação do benefício aos 17 setores. Haddad disse “não entender a pressa” em votar o tema; 25.out.2023 – O Congresso aprovou o adiamento da renúncia fiscal até 2027; 23.nov.2023 – Lula veta a medida; 24.nov.2023 – Haddad diz que apresentaria uma “solução” para a desoneração da folha depois de 12 de dezembro de 2023; 14.dez.2023 – Congresso derruba veto de Lula e desoneração fica mantida até 2027; 28.dez.2023 – Haddad propõe uma reoneração gradual da folha de pagamento via MP (Medida Provisória) 1.202 de 2023, com efeitos a partir de 1º de abril de 2024; 27.fev.2024 – Lula retira desoneração da folha da medida provisória e envia o PL 493 de 2024 com a reoneração gradual; 9.fev.2024 – Câmara dos Deputados aprova regime de urgência constitucional para os projetos de reoneração; 10.abr.2024 – Sem acordo com o Congresso, o projeto de lei sobre reoneração teve o regime de urgência retirado. HISTÓRICO DE DESONERAÇÃO Mais da metade (52,4%) do valor da renúncia de 2012 a 2023 foi durante o governo Dilma. A ex-presidente concedeu o benefício para 56 setores durante o seu mandato, ou 39 a mais que atualmente. O governo Michel Temer (MDB) reduziu de 56 para 17 o número de setores beneficiados desde 2019. Leia abaixo quais eram no governo Dilma:

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

TikTok tenta reverter lei sancionada por Biden na Justiça

Ação busca impedir banimento do aplicativo sem venda da plataforma, alegando violação constitucional ...

Pesquisa da Axiomas “muito mal elaborada” gerou prejuízo de R$ 18,8 mi, diz TCDF

O contrato que a empresa Axiomas Brasil Pesquisa, Cursos e Consultoria fechou com a...

STJ nega liberdade a motorista de porsche envolvido em acidente fatal

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, nesta terça-feira (7), o pedido de liberdade...

Força Nacional e policiais temporários vão conter roubos no RS

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, autoriza o envio de mais 100 agentes após...

Mais para você