Atuação integrada pode potencializar os benefícios para a organização.
O setor de Recursos Humanos (RH) desempenha um papel estratégico na empresa. Além de ser o responsável pelo relacionamento dos colaboradores com a organização, contratar talentos, realizar desligamentos e gerenciar questões comportamentais internas, os profissionais da área contribuem para que os processos de compliance sejam cumpridos.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o compliance pode ser compreendido como um conjunto de normas adotado por uma organização, pública ou privada, para assegurar a conformidade com a legislação que abrange a atividade.
Nesse sentido, há uma conexão entre os setores de RH e compliance, pois ambos atuam diretamente com o aspecto comportamental. Dessa forma, um trabalho integrado pode contribuir para o maior envolvimento e engajamento da equipe com o cumprimento de regras, normas e leis.
Segundo especialistas da área organizacional, compliance e RH devem caminhar juntos – um ajudando o outro – e de forma humanizada. Desse modo, a orientação é desenvolver ações que possibilitem a aplicação prática do que é disposto no código de conduta e o treinamento dos colaboradores.
Por outro lado, as políticas de compliance também podem contribuir para que o RH mantenha a sua rotina de trabalho em conformidade com a legislação que abrange o setor, como leis trabalhistas, Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), entre outras.
Integração na prática
A gestão estratégica de pessoas é definida como uma estratégia, desenvolvida pelo departamento de RH, que tem como objetivo alinhar os colaboradores com a cultura e a missão da empresa.
Para isso, é responsável por motivar os trabalhadores, melhorar a comunicação interna, incentivar o trabalho em equipe, manter a base de talentos engajada e desenvolvida. As tarefas também incluem questões administrativas, como monitoramento de ponto, agendamento de férias e licenças, onboarding, entre outras.
Já o setor de compliance atua em diferentes frentes para assegurar a conformidade da empresa. Para isso, os profissionais da área realizam uma avaliação de riscos de todos os setores a fim de identificar quais são os mais suscetíveis ao descumprimento da legislação.
A partir da análise, a equipe de compliance elabora um conjunto de regras internas para prevenir os possíveis riscos. As medidas devem ser seguidas por todos os funcionários, sem exceção. Por isso, o trabalho do compliance é considerado abrangente e contínuo, uma vez que também estão entre suas funções identificar e solucionar irregularidades cometidas no ambiente empresarial, conscientizar e treinar os colaboradores, monitorar e aprimorar as políticas internas de compliance.
Na gestão estratégica de pessoas, o compliance agrega valor para que as normas externas e os procedimentos internos sejam cumpridos na rotina diária. Dessa forma, os processos são realizados pela equipe de RH com ética, transparência e integridade.
As políticas e as ferramentas de compliance precisam ganhar a aprovação e a adesão dos funcionários. Nesse sentido, a gestão de pessoas pode desenvolver atividades que fortaleçam esse engajamento.
Mais resultados
Empresas que desenvolvem assertivamente os processos de compliance tendem a melhorar seus resultados, conforme pontua o IBGC. Para o órgão, o programa de conformidade deve ser visto pelos colaboradores como um “guia de princípios e valores”.
A Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) reconhece que o compliance deve “entrar na pauta” dos profissionais da área, tanto para que o setor atue em conformidade, quanto para auxiliar a equipe no cumprimento das normas internas.
A integração entre as áreas tende a potencializar os resultados alcançados pela empresa. No trabalho de recrutamento feito pela equipe de RH, os responsáveis devem assegurar a contratação de funcionários íntegros e com a visão alinhada aos valores do negócio. A medida irá beneficiar a organização.
A formação de uma equipe comprometida com os propósitos e a conduta profissional esperada pela empresa facilita o engajamento e a participação nas ações internas, o que favorece o sentimento de pertencimento e um bom clima organizacional. Todos esses fatores influenciam na motivação, na produtividade e nos resultados.
Os treinamentos sobre compliance podem ser compartilhados com o setor de RH. A ação pode facilitar a adesão dos funcionários e contribuir para uma maior conscientização sobre o assunto. Para isso, as capacitações devem ser de fácil entendimento e oportunizar o esclarecimento de dúvidas.
Para especialistas da área organizacional, a consequência de um processo de compliance bem estruturado e de mãos dadas com a gestão de pessoas é uma empresa sem irregularidades e com valores e condutas alinhados. Além disso, a integridade e a satisfação dos colaboradores contribuem para o employer branding, que significa, em tradução livre, a marca do empregador, o que resulta em maior credibilidade.