InícioNotíciasPolicialGilberto Gil, Gerônimo, Cortejo Afro e Filhos de Gandhy agitam Pelourinho

Gilberto Gil, Gerônimo, Cortejo Afro e Filhos de Gandhy agitam Pelourinho

O Carnaval é logo ali e o Festival da Paz, “esquenta” do afoxé Filhos de Gandhy para uma das maiores festas populares do mundo, é prova disso. Com muito batuque, dança e mensagens de positividade, a festa arrastou uma multidão ao Largo do Pelourinho, neste domingo (5). O bloco tradicional, que comemora 74 Carnavais em 2023, realizou a terceira edição do festival, com participação de convidados especiais, como Gilberto Gil, Daniela Mercury, Magary Lord, Gerônimo Santana e Cortejo Afro. Gratuito, o evento recebeu cerca de 15 mil foliões.

“A festa é a mais esperada dentre os ensaios de Carnaval porque convida grandes atrações, tem entrada gratuita e é para todos os públicos”, ressaltou Orlando Santos, diretor executivo e diretor do departamento de comunicação do Gandhy. “Filhos de Gandhy é a única entidade que há 74 anos mantém sua tradição no Carnaval”, completou. 

Mesmo com o Pelourinho lotado, o público foi de paz e alegria. Vez ou outra alguém soltava: “sem empurrar aqui”, se referindo ao tradicional ‘tumulto’ no meio da multidão. No Festival da Paz, não teve espaço para violência. Tanto é que, nas três edições, não houve registro de ocorrência policial, de acordo com organizadores do festival. 

O evento começou às 14h30 com cerimônia ecumênica e seguiu com apresentação dos artistas convidados. Nem a sensação térmica de 34°C pela tarde impediu baianos e turistas de se balançarem ao som de Gerônimo Santana, Gilberto Gil, Cortejo Afro, Filhos de Jorge e Magary Lord em um dos principais pontos turísticos de Salvador. 

Gerônimo Santana foi uma das atrações (Arisson Marinho)

Principal ensaio
Mesmo antes do Carnaval em si, Salvador já emana o clima carnavalesco. É festa para todo lado, mas, para a cozinheira Elisangela Alves, 37, o festival dos Filhos de Gandhy é o mais esperado. Ela conta que mora em Vitória da Conquista, no sudoeste, e veio para a capital só para assistir ao ensaio, visto que não vai conseguir participar do Carnaval por estar trabalhando na data.

“Esse é o melhor [ensaio] porque a gente sente a troca de energia, se sente em casa, em família. Para mim, é um dia de liberdade, de expressão e amor. O Carnaval já é isso aqui. Vou voltar para minha cidade na terça, mas não tenho dúvida de que vir para cá foi a melhor coisa que fiz” , disse ela, animada.

Um dos artistas mais esperados do dia, o cantor Gilberto Gil, que é Filhos de Gandhy desde sempre, marcou presença e lembrou que esta é a quarta vez que participa do ensaio. Ele recordou que a ligação mais próxima com o afoxé aconteceu depois de retornar do exílio em Londres, quando o Gandhy passava por dificuldade para desfilar. 

“Os últimos anos já vêm com presença mais estável do Gandhy no Carnaval da Bahia. Sempre me convidam e sempre que posso atendo ao pedido da diretoria e dos participantes com muito prazer”, declarou Gil.

Novidades do Carnaval
Em 2023, o Gandhy promete três dias emocionantes de desfile. O presidente do afoxé, Gilsoney de Oliveira, garante que haverá convidados especiais, mas diz que serão surpresa. O tema do bloco neste ano é Caboclos de Penas e Encourados. Segundo Oliveira, o bloco vai retratar as matas e a condição dos indígenas desde a colonização do Brasil, levantando a bandeira da paz e a violência contra os povos atualmente. 

“O festival faz um encontro de religiões. Fazemos questão desse encontro em relação à tolerância religiosa”, destacou. 

O Cortejo Afro também participou (Arisson Marinho)

A pedagoga Selma Batista, 40, disse que começou a festejar no Dia de Iemanjá, na última quinta-feira (2), e agora só para na Quarta-feira de Cinzas (22), quando o Carnaval termina. Animada, ela participa do bloco das Filhas de Gandhy há quatro Carnavais, enquanto o marido está com os Filhos de Gandhy desde 2010. “Aqui, vemos a valorização da raiz cultural de Salvador. A própria seleção dos artistas tem esse fundamento de valorizar a raiz. Salvador já tem a energia indescritível e em fevereiro fica mais latente”, observou. 

“É importante ser gratuito porque democratiza o acesso à cultura”, afirmou  

Origem
O afoxé teve origem dentro dos limites do terreiro de candomblé e carrega até hoje traços da religião de matriz africana. Fundado por estivadores portuários de Salvador em 18 de fevereiro de 1949, tornou-se o maior Afoxé do Carnaval da Bahia. Inspirado no líder indiano Mahatma Gandhi, o bloco mantém a tradição da religião africana ritmada pelo agogô nos seus cânticos de ijexá na língua Iorubá. Constituído tradicionalmente por homens, o bloco conta com aproximadamente seis mil integrantes.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro
 

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