O INSS fará um convênio com o ministério da Saúde para agilizar as perícias médicas de quem precisa receber benefícios como o auxílio doença. Segundo o ministro da Previdência, Carlos Lupi, 1,8 milhão estão na fila por benefícios, sendo que 1,05 milhão aguardam perícia médica. “Não é culpa dos peritos. Nós temos hoje cerca de 3 mil peritos para cuidar do Brasil inteiro. No interior do Brasil é difícil o acesso. Você vai de João Pessoa para Campina Grande é fácil. No interior da Paraíba é mais difícil. Imagina na Amazônia, que você só tem acesso a alguns municípios de barco. Nós vamos fazer um mutirão onde vamos pegar um grupo de médicos peritos para ir a locais mais distantes”, disse Lupi no programa “A Voz do Brasil”. A perícia via telemedicina também é uma recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), mas encontra resistência entre médicos que entendem que o serviço seria limitado e não funcionaria em locais remotos.
Segundo o ministro, a partir do mês que vem, os atestados médicos serão digitalizado, para agilizar a comprovação de necessidade do auxílio. “30% das pessoas que recebem o atestado médico para tirar a licença saúde, o meu administrativo não consegue ler, porque a letra não é perfeita. O que acontece? O Ministério da Saúde vai colocar isso num computador e vai aplicar o atestado médico informatizado. Não vai precisar de ninguém para interpretar”, disse Lupi. O problema da fila do INSS é antigo, além da digitalização de atestados, a ideia do ministro da Previdência é retomar o uso da telemedicina em perícias médicas a partir do segundo semestre: “Alguém precisa fazer uma pessoa andar 500 km para mostrar que está com problema na perna, que não pode andar, que está paraplégico ou cego? Será que usando um celular ou uma imagem no computador não dá pra ver e atestar isso? Na hora que tiver dúvida, aí sim tem que ir para a perícia. O que nós não podemos é achar que o aposentado ou pensionista é um peso para a sociedade”. Segundo dados do mês de abril, o tempo médio de espera por uma perícia médica no INSS está em cerca de 58 dias em todo o país, o que pode aumentar ou diminuir a depender da região.
*Com informações da repórter Paula Lobão