InícioEditorialIndústria baiana: setor emprega menos, mas apresenta crescimento

Indústria baiana: setor emprega menos, mas apresenta crescimento

A taxa de desemprego no setor de indústrias da Bahia cresceu 0,5% de 2019 para 2020, mas apesar da queda, o segmento apresentou um aumento no número de unidades após dois anos seguidos de reduções. De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (21), pela Pesquisa Industrial Anual da Empresa (PIA-Empresa) do IBGE, em 2020, o estado ganhou 218 novas unidades industriais, 4,1% a mais que em 2019. Outras duas áreas do segmentos também aumentaram: o valor em 5,4% e a produtividade (valor gerado por pessoa ocupada) em 5,9%. 

As unidades fabris em atividade na Bahia, em 2019, empregavam 216.010. No ano seguinte, havia apenas 215.000 trabalhadores, menos 1.010 pessoas empregadas. Foi a segunda queda anual seguida no emprego industrial no estado. Com isso, o estado se distanciou ainda mais da realidade de 2011, quando havia registrado o maior contingente de pessoas ocupadas no setor (246.721), ficando num patamar 12,9% menor, com menos 31.721 trabalhadores em nove anos. 

No ano anterior à pandemia haviam 5.358 unidades locais de empresas industriais ativas na Bahia. Em 2020 o número saltou para 5.576, correspondendo a 3,1% das 181.689 unidades locais de empresas industriais com cinco ou mais pessoas ocupadas em atividade em todo o Brasil. 

O setor gerou, em 2020, R$56,9 bilhões em Valor da Transformação Industrial (VTI), 2,9 bilhões a mais que em 2019, quando o montante foi de R$53,8 bilhões. O número corresponde a 3,8% do valor gerado pelo setor nacionalmente, que foi de R$ 1,514 trilhão, 9,9% superior ao de 2019. 

Já o crescimento da produtividade foi recorde em 2020: R$ 264.596 gerados por trabalhador. O quantitativo é o maior em 13 anos, quando a Pesquisa Industrial Anual do IBGE (PIA-Empresa), começou a ser realizada, em 2007. O aumento no valor gerado pela indústria, aliado à queda no número de trabalhadores no setor foi o responsável pelo resultado.

Setores de destaque
No período, a indústria alimentícia foi a que teve o maior aumento de unidades locais. Foram mais 568. O contingente passou de 854, em 2019, para 1.422 em 2020: mais 66,5% em um ano. Com isso, a produção de alimentos se manteve como o setor com mais unidades na indústria baiana, representando 25,5% do total do estado.

Por outro lado, a confecção de artigos do vestuário e acessórios foi o segmento que mais perdeu unidades no estado, caindo de 427 em 2019, para 234 em 2020, o que representou menos 193 unidades no período: menos 45,2%. Por isso, esse setor foi o que mais influenciou na queda geral no pessoal ocupado na Bahia. Entre 2019 e 2020, o número de trabalhadores no segmento de vestuário recuou de 11.261 para 9.798, menos 1.463 ou menos 13,0%. 

Já a fabricação de produtos de minerais não-metálicos, foi a área que mais ajudou a segurar a queda. Houve um aumento de 1.528 trabalhadores, chegando a 15.771 em 2020, 10,7% a mais. O segmento de produtos alimentícios também teve um pequeno aumento de 48 trabalhadores, mais 0,1%, chegando a 40.486, mantendo-se como o setor que mais emprega na indústria baiana, com 18,8% dos ocupados.

Enquanto, na Bahia, a indústria alimentícia tem mais unidades e emprega mais, os dois líderes históricos na geração de valor industrial são, respectivamente, a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis e a fabricação de produtos químicos. O primeiro segmento gerou, em 2020, R$ 14,7 bilhões (25,9% do VTI do estado), enquanto o segundo teve VTI de R$ 8,5 bilhões (14,9% do total). Juntos, respondem por 40,8% do valor gerado no estado, o mesmo que R$4 de cada R$10.

A fabricação de celulose e papel, por sua vez, apresentou o maior crescimento absoluto no valor gerado: R$ 1,718 bilhões. Assim como o maior ganho de produtividade com mais R$ 186 mil por pessoa ocupada, passando de R$ 442,7 mil, em 2019, para R$ 628,5 mil, em 2020. Mais R$ 185,9 mil ou mais 42,0% de empregados em um ano.

Resultados
Os dados apresentados apontam para alguns fatores: com o resultado positivo no VTI, de 2019 para 2020, a Bahia tem um leve ganho na participação no valor gerado pela indústria do Nordeste, mas, nos últimos 10 anos, o estado apresenta perda na fatia regional. O número passou de 39,7% para 39,8%. 

No cenário nacional ocorreu o mesmo, houve crescimento, mas não o suficiente para evitar algumas quedas: a produtividade aumentou, no entanto, o estado caiu de 5° para 6° no ranking de maior produtividade industrial do país; em crescimento absoluto no número de unidades locais, a Bahia foi o 3º maior entre 2019 e 2020, inferior apenas aos registrados em Santa Catarina (+457) e Rio de Janeiro (+285), ainda assim, é 6,6% menor que o de 2014, quando o estado teve o seu recorde de 5.973 unidades industriais em atividade.

No nordeste, as unidades locais industriais da região geraram, em 2020, R$ 143,1 bilhões. Frente a 2011, quando concentrava 43,1% do valor gerado pelas unidades locais industriais do Nordeste, a Bahia teve uma perda de participação de 3,3 pontos percentuais, a maior entre os estados da região. Nesse período, os únicos estados que ganharam participação no valor gerado pela indústria do Nordeste foram Pernambuco (de 16,1% para 20,0%), Maranhão (de 4,9% para 7,9%) e Ceará (de 13,4% para 14,0%). 
 

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