Um homem de 44 anos foi preso em flagrante, em Itabuna, no sul da Bahia, por tentativa de feminicídio durante a manhã de sábado (11). Ele tinha jogado álcool e ateado fogo no corpo da ex-companheira, uma mulher trans não identificada.
Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima foi socorrida para o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, onde está entubada, com grande parte da face, cabeça, abdômen, braços e costas queimadas.
Ainda conforme a PM, o crime aconteceu nos fundos do próprio hospital, e o suspeito foi detido imediatamente e apresentado no Complexo Policial de Itabuna. De acordo com a Polícia Civil (PC), ele está à disposição da Justiça, e a motivação do crime está sendo apurada.
Violência contra mulheres trans
Uma matéria publicada pelo CORREIO neste fim de semana aborda a violência contra mulheres trans e travestis em Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado. Desde 2014, seis crimes letais contra a população LGBTI+ no município foram registrados. Metade nem sequer virou ação penal ainda — um deles, o assassinato de uma mulher trans em maio de 2021, foi remetido pela PC ao Ministério Público (MP) sem estar concluído.
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 131 pessoas trans e travestis foram assassinadas no Brasil em 2022 — 7 na Bahia e 52% com idades entre 18 e 29 anos. A organização afirma, baseada no projeto estadunidense Trans Murder Monitoring, que vivemos no país onde mais pessoas trans são mortas violentamente, seguido pelo México.