InícioEditorialPolítica NacionalJerônimo Rodrigues acena para os partidos de oposição na posse

Jerônimo Rodrigues acena para os partidos de oposição na posse

Em sessão solene realizada na manhã deste domingo (1), Jerônimo Rodrigues (PT) e Geraldo Júnior (MDB) tomaram posse como governador e vice-governador da Bahia, respectivamente, na Assembleia Legislativa do Estado. Entre os compromissos assumidos pela dupla, o governador definiu como prioridades a inclusão social e o combate à fome.

Por volta das 7h40, Jerônimo Rodrigues chegou à sede da Alba, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), acompanhado da esposa, a professora Tatiana Velloso. Ele foi recebido pelo presidente da Alba, o deputado estadual Adolfo Menezes, e em seguida fez o primeiro pronunciamento do dia à imprensa, na rampa do Palácio Luís Eduardo Magalhães. 

Na sua fala, Jerônimo reforçou o compromisso com as promessas de campanha, exaltou os ex-mandatos de Jacques Wagner e Rui Costa à frente do estado e afirmou que buscará honrar o legado deixado.

“Ao lado de Rui Costa, tive oportunidade de por duas vezes ser secretário e ver o homem se entregando para cuidar de toda a Bahia. Eu farei o mesmo. Não buscarei fazer melhor, no sentido de que os dois fizeram o que puderam. E eu farei o meu melhor para que o povo da Bahia, para que o povo do Brasil, possa se reconhecer nesse estado que lutou pela independência da Bahia e do Brasil”, declarou.

Depois do primeiro pronunciamento, o governador seguiu para o plenário. Sob comando do deputado Adolfo Menezes, a solenidade teve início às 8h27, após a execução do Hino Nacional pela banda de música Maestro Wanderley, da Polícia Militar, e contou com a presença do presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Nilson Castelo Branco, da procuradora-geral de Justiça, Norma Angélica Cavalcanti, e outras autoridades.

Jerônimo Rodrigues e Geraldo Júnior, nesta ordem, fizeram os juramentos e assinaram os termos de posse. O governador discursou em seguida por cerca de 20 minutos. Eleito com 4.480.464 votos, totalizando 52,79% das urnas, Jerônimo destacou que trabalhará não somente para seus eleitores, mas por todos os baianos. Ele relembrou seu passado humilde no interior baiano, em Aiquara, e se emocionou ao citar que era ‘impensável’ que homens indígenas, como ele, assumissem o cargo de governador em outros tempos.

Jerônimo comemora ao ser empossado

(Foto: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO)

No púlpito, Jerônimo também acenou para os partidos da base e para os partidos da oposição, afirmando o compromisso com um trabalho coletivo, sobretudo nas pautas relacionadas à inclusão social e o combate à fome, definidas como questões centrais do governo. “É compromisso meu empregar a nossa energia para promover inclusão por meio de uma política objetiva de desenvolvimento social e econômico que gere trabalho e renda para nosso povo”, salientou.

A busca por atração de investimentos foi outro ponto citado pelo governador, que afirmou querer estar próximo ao mundo empresarial com o objetivo de valorizar e induzir a industrialização no Estado e fortalecer as cadeias produtivas. Ainda, foram prometidos grandes investimentos em obras de infraestrutura e logística, e o avanço na construção da ponte entre Salvador e Itaparica.

Quanto à educação, o governador indicou que empregará melhorias. “Estarei perto das prefeitas e prefeitos para construir as parcerias necessárias para melhorar a educação dos nossos estudantes, desde o Infantil até o Ensino Superior. Estou convencido de que é preciso seguir investindo na escola e na sua permeabilidade com as demandas da comunidade”, disse.

No quesito saúde, Jerônimo Rodrigues prometeu modernização e continuação da interiorização da infraestrutura e dos serviços de média e alta complexidade, a fim de atender as demandas da população em todos os territórios baianos.

Demarcando a missão de realizar uma reparação histórica, o governador propôs o combate a todas as formas de preconceito e racismo, e acenou para a juventude baiana, como aposta para a inclusão social. 

Após a cerimônia de posse, o governador passou em revista e guarda de honra, composta por cadetes e integrantes da banda de música Maestro Wanderley, na área externa da Alba. A guarda desfilou e, depois do ato, Jerônimo Rodrigues fez seu último pronunciamento do dia. No discurso, ele reafirmou que se unirá ao projeto de combate à fome liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pediu unidade entre os baianos.

Transmissão de cargo

A cerimônia de transmissão de cargo do ex-governador Rui Costa para o já empossado Jerônimo Rodrigues, foi realizada em uma tenda montada no gramado próximo à Assembleia Legislativa. Ela foi marcada pela apresentação do Hino Nacional Brasileiro interpretado pela indígena Nívea Akuã Pataxó, acompanhada da camerata da Orquestra Neojibá.

Após a passagem de cargo, Rui Costa discursou e foi às lágrimas ao falar do senador Jacques Wagner, ex-governador da Bahia. “Quero agradecer a esse que começou a nossa caminhada. Eu, olhando para trás, só sinto orgulho”, afirmou.

Depois da execução do Hino do Senhor do Bonfim, Armandinho promoveu um breve momento de festa ao cantar “Chame Gente”, música sua com Moraes Moreira. As autoridades, Rui Costa, Geraldo Júnior, Jerônimo Rodrigues e Otto Alencar (PSD) finalizaram o ato dançando juntos no palco montado. 

Posse dos secretários

O empossamento dos secretários de Estado acontecerá nesta terça-feira (3), na mesma tenda onde ocorrerá a cerimônia de transmissão de cargo, na área verde da Assembleia Legislativa da Bahia. Eles serão empossados pelo governador Jerônimo Rodrigues, que retorna de Brasília após o empossamento do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, nesta segunda-feira (2).

Jerônimo Rodrigues

Jerônimo Rodrigues (PT) nasceu em 3 de abril de 1965 no povoado de Palmeirinha, na pequena Aiquara, cidade com cerca de 6 mil habitantes localizada no território de identidade do Médio Rio de Contas, na região de Jequié. Jerônimo foi o penúltimo dos nove filhos do vaqueiro Seu Ziza, e da costureira Dona Maria Cerqueira, que também tiveram Januário, Plácido, Maria Antônia, Thereza, Lúcia, Marta, Rita e Zeferino. Com a morte do irmão mais novo, Jerônimo ganhou o apelido de Caçulo. Todos nasceram em casa, com o auxílio da parteira Dinha Cate, na pequena cidade do interior da Bahia.  

Aos 9 anos, Jerônimo foi a Jequié para cursar o Ensino Fundamental 2. A única escola que tinha no distrito de Palmeirinha era multisseriada, ou seja, reunia estudantes de períodos diferentes na mesma turma. Em busca de um ensino de melhor qualidade, a família decide levar Jerônimo para Jequié. 

Após a conclusão do Ensino Médio, Jerônimo foi para Salvador com a sua irmã Marta para fazerem cursinho pré-vestibular. As outras irmãs, Maria Antônia, Tereza, Lúcia e Rita, ficaram na região. A primeira aprovação foi no curso de Construção Civil, na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Jerônimo chegou a iniciar os estudos no campus do Cabula, em Salvador, mas não deu continuidade ao curso.

Ele decidiu tentar o vestibular da Universidade Federal da Bahia (Ufba) para o curso de Engenharia Agronômica, quando foi aprovado, no ano de 1987, para estudar no campus federal de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano. Foi em Cruz das Almas que Jerônimo conheceu Tatiana Velloso, engenheira agrônoma e professora da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), com quem se casou e teve o único filho, João Gabriel. 

Engenheiro agrônomo e professor licenciado da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Jerônimo Rodrigues foi eleito governador da Bahia aos 57 anos, no segundo turno das eleições de 2022, em outubro, com 52,79% dos votos válidos. Este será o primeiro cargo eletivo ocupado por ele.

Responsável pelos Programas de Governo Participativo do governador Rui Costa nas eleições de 2014 e 2018, o atual governador da Bahia elaborou propostas que se tornaram marcos da gestão do PT no Governo da Bahia, a exemplo das Policlínicas Regionais de Saúde, do Programa Primeiro Emprego e de diversos programas de assistência estudantil. Jerônimo foi secretário estadual do Desenvolvimento Rural (SDR), entre 2015 e 2019, e da Educação, entre 2019 e 2022. Nas duas pastas estaduais, foi responsável pela execução dos maiores investimentos realizados pelo Estado da Bahia na história, nesses dois segmentos. 

Antes de assumir as duas secretarias de Estado no Governo Rui Costa, Jerônimo exerceu cargos de gestão no Governo Federal durante a presidência de Dilma Rousseff, entre os anos de 2011 e 2014. Ele foi secretário Executivo Adjunto do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretário Nacional do Desenvolvimento Territorial (SDT/MDA), Secretário Executivo do Programa Proterritórios/Cumbre Ibero Americana e Assessor Especial do Ministro do Desenvolvimento Agrário.  

Na gestão do ex-governador Jaques Wagner (PT), Jerônimo foi assessor especial da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (2007/2010) e assessor especial da Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia (2010). 

Geraldo Júnior

Nascido no município de Salvador (Bahia), em 7 de maio de 1969, o vice-governador Geraldo Júnior é formado em Direito pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) e pós-graduado em Processo Civil. Iniciou a vida profissional na advocacia privada. Ingressou na gestão pública em 1993, quando foi empossado, na gestão da então prefeita Lídice da Mata, no cargo de coordenador Jurídico da Companhia Municipal de Abastecimento (Comasa). Na administração do ex-prefeito Antônio Imbassahy, foi subcoordenador das administrações regionais de Salvador. 

Em 2011, entrou para a Câmara Municipal de Salvador, assumindo a vaga deixada por Luizinho Sobral, que passou a ocupar o cargo de deputado estadual. Em outubro de 2012, renovou o mandato com 11.264 votos para o quadriênio 2013-2016. Foi eleito 1º vice-presidente da Câmara Municipal de Salvador, cargo da Mesa Diretora da Casa, para o biênio 2015-2016. 

Em outubro de 2016, renovou o mandato com 13.685 votos para o quadriênio 2017-2020. Em janeiro de 2019, assumiu a presidência da Câmara de Vereadores para o biênio 2019-2020. Em outubro de 2020 renovou o mandato com 12.906 votos para o quadriênio 2021-2024, tornando-se o 2° vereador mais votado na Capital Baiana. Em janeiro de 2021, assumiu a presidência da Câmara de Vereadores para o biênio 2021-2022, sendo aclamado à unanimidade. 

Aprovou projetos importantes para a cidade, como autorização para Salvador entrar no consórcio da compra das vacinas, sendo o primeiro município do país a aprovar. Outro projeto de destaque foi a votação da regulamentação dos transportes por aplicativos, considerada um dos maiores desafios da sua carreira. Em sessão histórica, conseguiu que o Estatuto da Igualdade Racial, que tramitava na Câmara há 13 anos, fosse finalmente aprovado. 

Em março de 2022 foi reeleito Presidente da Câmara de Vereadores, para o terceiro mandato, no biênio 2023-2024. Neste mesmo mês, foi anunciado como pré-candidato a vice-governador da Bahia, com Jerônimo Rodrigues como pré-candidato a governador. 

No dia 30 de novembro, em sessão extraordinária e de forma célere, na Câmara Municipal de Salvador, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo Municipal (PLE nº 244/2022), que regulamenta em Salvador o piso nacional de dois salários mínimos (R$ 2.424,00) para os agentes de saúde e de combate às endemias. A 2ª Sessão Extraordinária da 2ª Sessão Legislativa da 19ª Legislatura foi conduzida pelo presidente da Casa, vereador Geraldo Júnior (MDB). Há meses, defendendo esta regulamentação em Salvador. 

No segundo turno das eleições, foi eleito vice-governador da Bahia, se tornando o primeiro vereador em exercício eleito vice-governador do Estado. 

*Com a orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo

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