InícioEditorialJovem denuncia racismo após ser enforcado e expulso de shopping em Fortaleza

Jovem denuncia racismo após ser enforcado e expulso de shopping em Fortaleza

Um homem negro foi agredido em um shopping de Fortaleza nesse sábado, 13 — mesmo dia em que se comemorou os 135 anos da abolição da escravatura no Brasil. A vítima, segundo uma pessoa que presenciou a situação, estava na praça de alimentação com amigos e a mãe quando foi abordado pelos seguranças.

Em nota, o Shopping Benfica disse que ele estaria gravando outras mulheres e que teria agredido o supervisor de segurança.

As imagens, que O POVO preferiu não divulgar, mostram o homem sendo expulso do shopping por vários seguranças. Na situação, um dos guardas o enforcava.

“Ele teve a orelha rasgada, por conta do brinco, e ficou com o pescoço muito inchado. Eram quatro pessoas que agiram da forma mais brutal possível”, diz Rafael Leite, uma das testemunhas. “A emoção evitou que o pior acontecesse.”

“Todo mundo que viu a cena pensou no caso do Carrefour e do George Floyd. Todo mundo estava desesperado pensando ‘vai acontecer uma tragédia’. Foi essa comoção que evitou o pior”, diz a testemunha. “Eu não sei como esses seguranças são preparados, mas é muito mal. Até a polícia demonstrou mais calma do que eles.”

Em nota, o Shopping Benfica disse que o homem estaria fazendo gravações de mulheres, que se sentiram incomodadas. “Uma senhora, em mesa próxima, percebeu que ele estaria gravando as filhas dela e também pediu ajuda à segurança para que ele parasse”, diz o documento.

Rafael afirma que a vítima não teria atacado qualquer pessoa. O shopping, no entanto, diz que “o supervisor de segurança dirigiu-se à mesa dos clientes para conversar e relatar o que (as mulheres) disseram”. “O cliente não gostou, exaltou-se e agrediu o supervisor. A primeira agressão foi verbal e, logo após, física”, continua a nota.

A testemunha ainda afirma que, quando os policiais chegaram ao local, eles usaram o argumento de que o homem estava dizendo que era racismo para “lacrar”. “Ele chorando disse: ‘senhor nem de esquerda eu sou’. Isso já está no abecedário da polícia, quem reclama de racismo é de esquerda, quer lacrar”, diz Rafael.

“Não tem como dizer que não foi preconceito. Além dele ter a pele quase retinta, ele tinha tatuagens, inclusive, no pescoço”, completa. 

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado e o caso seguirá sendo investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrin).

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