A próxima semana será decisiva para os rumos do processo de recuperação judicial da OSX, empresa de construção naval do empresário Eike Batista. Na quarta-feira, a 14ª. Câmara Cível do Rio de Janeiro julga o mérito do recurso movido pela espanhola Acciona contra a tramitação conjunta da recuperação da OSX e de outra empresa do grupo de Eike Batista, o da petroleira OGX.
Caso o desembargador o Gilberto Guarino, da 14ª Câmara Cível, julgue procedente o recurso do grupo espanhol em sua decisão final, o processo de OSX seria redistribuído para outra vara empresarial. Ou seja, o caso começaria do zero, com um novo juiz tendo que analisar, inclusive, se acataria ou não o pedido de recuperação judicial da companhia.
Mesmo que desse aval à recuperação, provavelmente o juiz optaria por indicar um outro administrador judicial para o caso da OSX. Por enquanto, a Deloitte foi designada para atuar nos processos de OGX e OSX.
Assessorada pelo escritório Antonelli & Associados, a Acciona alegou no pedido de liminar que suspendeu a tramitação conjunta que os processos não devem ser acompanhados pelo mesmo juiz porque os grupos têm situações financeiras distintas e interesses conflitantes. Para a defesa, a OSX teria mais condições de se recuperar da crise do que a petroleira.
Além disso, a reunião dos casos poderia prejudicar os credores da OSX. A empresa é uma das maiores credoras da petroleira, mas não há consenso quanto ao valor devido. Para ilustrar o conflito, a defesa anexou aos autos do processo um acordo fechado entre as duas companhias em dezembro, na qual a OSX teria anistiado em cerca de US$ 1 bilhão a petroleira em uma rescisão de contrato
Por | Agência do Estado