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Lira reafirma que demora em votações não tem relação com atraso na reforma ministerial

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou a negar nesta segunda-feira, 21, que os parlamentares venham atrasando intencionalmente a votação de pautas do governo devido aos adiamentos sucessivos da reforma ministerial pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Há de convir que todas as especulações de que o Congresso não vai votar aquilo porque não entrou aquilo outro… isso não existe em questões de interesse nacional”, comentou. Apesar da declaração, os deputados têm apreciado apenas matérias consideradas de consenso desde o fim do recesso parlamentar. A reforma ministerial deve ser anunciada apenas na próxima semana. Lula cumpre agenda na África e deve retornar ao Brasil apenas entre domingo, 27, e segunda-feira, 28. Enquanto isso, a decisão de dar andamento à votação do arcabouço fiscal foi tomada nesta segunda, após reunião de líderes de bancadas na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados.

Em conversa com jornalistas, o relator da proposta, deputado federal Cláudio Cajado (PP), afirmou que os parlamentares vão se reunir com técnicos nesta terça-feira, 22, para esclarecer dúvidas em relação às mudanças feitas pelo Senado. Segundo o parlamentar, após esta reunião, a expectativa é de que o arcabouço fiscal seja votado entre terça e quarta-feira, 24, desta semana: “Devemos exaurir todos os pontos e acredito que, com os líderes e o presidente Arthur, definamos a votação. Acordado o texto, não terá dificuldade para que eu possa apresentar o parecer, até porque ele está pronto e apenas faltando ajustes dos pontos que faltam ser acordados”. Caso a Câmara de fato leve o novo marco fiscal ao plenário nesta semana, acabam as especulações de que a pauta não teria avançado devido à demora na reforma ministerial. A única definição das mudanças na Esplanada dos Ministérios, até o momento, é em relação aos nomes dos indicados pelo Centrão. São os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). A indefinição é sobre quem assume qual ministério.

Uma das possibilidades é de que Silvio Costa Filho fique com a pasta de Portos e Aeroportos, atualmente comandada por Márcio França. Já André Fufuca ficaria com o novo Ministério de Micro e Pequena Empresas. Apurações paralelas apontam que o Ministério do Desenvolvimento Social vai entrar na reforma, perdendo o Bolsa Família, que ficaria em outra pasta com Wellington Dias – atual ministro de Desenvolvimento Social. No entanto, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, negou mudanças na pasta em entrevista na semana passada. Uma agenda de Lula com Wellington Dias em 31 de agosto também reforça que o ex-governador deve continuar no Desenvolvimento Social. No dia, os dois devem lançar o programa “Brasil Sem Fome”.

*Com informações do repórter André Anelli.

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