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Livro de Emicida é rabiscado com críticas a religiões africanas em escola de Salvador

O livro infantil ‘Amoras’, escrito pelo rapper Emicida, foi uma das obras de literatura solicitadas por uma escola particular de Salvador. Ao folhear a obra, a mãe de um dos alunos se revoltou com citações às religiões de matriz africana e começou a escrever frases de cunho cristão, com citações da Bíblia, para criticar os orixás.

Segundo reportagem da TV Bahia, logo na contracapa a mãe já escreveu “antes de começar essa leitura, leiam ou peça para lerem o Salmo 115;4-8”.

O livro foi entregue a escola e seria repassado para outras crianças. A intenção da mãe era de que o futuro leitor descredibilizasse a obra, focando apenas na Bíblia ou em outros textos religiosos do cristianismo.

O versículo citado pela mãe diz: “Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta”. Uma clara crítica aos orixás, tentando descredibilizá-los.

Ela seguiu rabiscando em outras páginas. Ela chegou a dizer que as divindades africanas “não são deuses” e sim “anjos caídos”, atribuindo a eles um caráter “diabólico”.

Além das críticas religiosas, ela ataca teorias científicas que já foram provadas em diversas oportunidades, como a de que a raça humana surgiu no continente africano. A mãe cristã sugere que as crianças busquem informações sobre a criação do ser humano no livro Gênesis, da Bíblia, onde é citada a história de que somos descendentes de Adão e Eva.

Ela também apontou a Teoria da Evolução como “anticristã” e uma “blasfêmia ao Deus vivo.”

Na parte em que o livro fala sobre a escravidão no Brasil, quilombos e Zumbi dos Palmares, ela segue as críticas. “Ao longo dos anos, a história da humanidade e do Brasil vem sendo modificada a fim de esconder a verdade para que vivamos no engano. Não se limitem a uma versão da história.”

Ela, no entanto, não chegou a dizer qual seria essa segunda interpretação da história que apresenta uma espécie “nova visão” sobre a escravização de negros provenientes do continente africano.

O autor também não passou ileso. Ela garantiu que o nome Emicida era a junção de “MC” com “homicida”. O rapper afirmou recentemente nas redes sociais que a origem do nome artístico era o acrônimo “Enquanto Minha Imaginação Compuser Insanidades, Domino a Arte”.

Há também a versão apontada por ela. No entanto, o “homicida” em questão não seria uma referência a assassinatos e sim por ele “matar” – no sentido figurado – os adversários nas batalhas de rima.

Mãe defende ‘críticas’
Em contato com a TV Bahia, a mulher, que não quis se identificar, negou praticar intolerância religiosa. Ela disse crer que a obra abordaria apenas a questão racial. Ao se deparar com citações às religiões africanas, ela quis apresentar um “contraponto” para que “os pais pudessem ler diferentes versões a seus filhos”.

A escola, que também não foi identificada, irá repor o livro por uma versão original, sem os comentários da mãe cristã.

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