Entre as disrupções gramáticas promovidas pelo baianês nativo à língua portuguesa, existe um advérbio de intensidade composto por três palavras e que dá uma perfeita noção de grandeza quando empregada: “como a porra”. Pois bem, valendo-se do supracitado, é possível definir o que aconteceu no Parque da Cidade durante a manhã deste domingo (22). Foi gente como a porra para assistir a dois shows bons como a porra.
Bailinho de Quinta e Jau fizeram soteropolitanos e turistas saírem cedinho em direção ao Parque da Cidade, no Itaigara, para acompanhar a saideira do Festival do Parque. Ao longo do mês de janeiro, o espaço recebeu shows de Tomate, Filhos de Jorge, DH8 e uma série de intervenções artísticas e de lazer para ocupar um importante espaço que Salvador tem.
Quem abriu o encerramento foi o Bailinho de Quinta, que levou versões carnavalescas para o seu repertório, bem diverso: de Frevo Mulher, música de Elba Ramalho; até Gato Preto, de Ney Matogrosso e Várias Queixas, do Olodum; o trio formado por Juliana Leite, Graco Vieira e Thiago Trad passeou pelo axé, frevo e marchinhas.
“O clima esquentou! E a poeira subiu e o Bailinho de Quinta trouxe o clima de carnaval de marchinhas e novos hits com o melhor do carnaval para o Parque da Cidade”, comemorou Vinicyus Telles, empresário de 36 anos
O shows foram tão disputados que a organização do evento precisou fechar os portões quando a lotação chegou a 4,5 mil pessoas. De acordo com a Guarda Civil Municipal, o espaço comporta um público de 5 mil. Porém, os portões foram fechados com uma lotação menor por segurança e conforto do público.
Além disso, um telão foi instalado no gramado para transmitir os shows que aconteceram no anfiteatro do Parque. Também foram distribuídos abanadores para ajudar a enfrentar o calor que chegou a 32ºC em Salvador.
O tempo ensolarado fez com que a comerciária Simone Correia ficasse seduzida a ir à praia – como faz em todos os domingos. Acompanhada por seus dois filhos, ela mudou a programação e foi ao Parque da Cidade por um motivo: o cantor Jau, que encerrou o Festival subindo ao palco pontualmente ao meio-dia.
“Todo domingo levo as crianças para a praia. Mas sou louca pelo Bailinho e por Jau. Aí decidi trocar a praia pelo parque e amei”, contou.
Com uma bata azul de mangas longas, devidamente dobradas por conta da quentura do dia, Jau cantou hits de sua carreira desde o tempo de Afrodisíaco e também passeou por releituras que compõem o repertório de sua carreira solo. O encerramento não podia ser de outro jeito: Calor, que tem um refrão misturando a alta temperatura com aquela loucura típica do carnaval. Aparentemente, a festa já começou, não é mesmo, cidade?
Produtora executiva do evento, Márcia Mamede avaliou como positivos os 9 dias de atividade, ressaltando que dezenas de profissionais foram contratados e foi oferecida uma programação gratuita para famílias de baianos e turistas que puderam desfrutar do projeto, que teve apoio da prefeitura de Salvador e patrocínio da Claro, através do Fazcultura, Secretaria da Cultura do estado e Governo da Bahia.