Luan Santana prepara para 19 de maio um grande show em Salvador, no Parque de Exposições, para fazer do espetáculo o seu sexto DVD. A lista de convidados especiais já tem Alok como primeiro nome confirmado.
A escolha pela cidade que já nos deu régua e compasso, capital do Estado que primeiro se apresentou aos olhos de Cabral e companhia, descobridores dessas terras há mais de 518 anos, tem tudo a ver com a proposta de resgatar nossas raízes e a humanidade hoje sufocada por tanta tecnologia.
Assim como faz em cada trabalho realizado até aqui, nesses 11 anos de estrada, Luan gosta de selecionar um foco temático a ser abordado como conceito geral – do repertório ao cenário, contemplando toda a estética da obra.
Dessa vez, a proposta vai de encontro ao que se convencionou chamar de “CyberPunk”, expressão criada nos anos 1970, que trata de um futuro obscuro em que a alta tecnologia praticamente ofusca os sentimentos mais essenciais do ser humano.
Nesse contexto, a maioria da população, marginalizada, tenta reivindicar seus direitos perante uma sociedade cada vez menos humana e mais cega pela tecnologia, com menos coração e mais aparelhos celulares em foco.
“A ideia é usar esse fator, do afeto em queda e da tecnologia em alta, para justamente falar de amor nesse DVD”, explica Luan, que continua: “É fazer florescer o amor diante de um tema tão frio.”
Na era atual, a imagem de “cada-um-com-sua-tela” só reforça a necessidade de se valorizar o sangue que corre em nossas veias, o calor humano perdido para tantas conexões virtuais e o amor presencial, muitas vezes diluído pelos “likes” das redes sociais.
Não que a tecnologia não seja bem-vinda, ao contrário: ela tem se tornado munição no combate a vários males ao redor do mundo e fator essencial para a comunicação. Mas não se pode, por isso, abrir mão do abraço, do beijo, do afago latente que emana do calor de nossas mãos.
A cenografia valoriza o gigantismo high-tech, com um palco de 50 metros de largura, um dos maiores já vistos por essas terras. Em cena, um grande fóssil mecânico terá partes articuladas que vão se desprender ao longo do espetáculo. Será uma criatura híbrida – entre cobra e dragão, dinossauro e leviatã, passado distante e futuro CyberPunk – que ganhará vida com movimentos, efeitos e luzes, uma praxe em shows de Luan.
Com expectativa de atrair 30 mil pessoas, Luan quer transportar a plateia, assim como o público que depois vier a assistir ao DVD, para uma outra realidade, pronta para refletir e sentir os efeitos do CyberPunk.
Filmes como “Blade Runner”, “Minority Report” e a série “Altered Carbon” são exemplos dessa estética do CyberPunk.
O DVD Luan Cyber terá lançamento sacramentado pela Som Livre. Acima de tudo com a essência da energia de uma terra em que Santos, sons e tons abençoam todas as eras. E em todos os tempos!
(Arleyde Caldi)