Em viagem à China, presidente participou da posse de Dilma Rousseff como chefe do NBD e defendeu ‘comércio lastreado na nossa moeda’
Ricardo Stuckert/PR
Dilma Rousseff recebe Lula em sua primeira parada na China, em Xangai
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunirá nesta quinta-feira, 13, por volta das 18h30 (10h30 no horário de Brasília), com o secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Chen Jining, em Xangai. Após o encontro político, Lula e sua comitiva participam de um jantar oferecido pelo líder chinês, antes de partir para Pequim, capital do país asiático, onde deverá encontrar o presidente Xi Jinping. A informação está publicada na agenda oficial do presidente da República. Lula ainda deve visitar o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei, gigante da tecnologia, e ter uma audiência com o CEO da BYD, Wang Chuanfu. Nesta quinta, Lula já participou da posse da ex-presidente Dilma Rousseff como chefe do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do Brics, grupo econômico de nações de mercado emergentes que incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Dilma, inclusive, foi quem recebeu Lula em Xangai, sua primeira parada na China.
Após a cerimônia de posse, ambos participaram de um almoço oferecido pela nova presidente do NBD. Em discurso durante a reunião, Lula citou a possibilidade do Banco dos Brics ser usado em negociações financeiras para contornar o uso do dólar: “Pela primeira vez, um banco de desenvolvimento de alcance global é estabelecido sem a participação de países desenvolvidos em sua fase inicial. Livre, portanto, das amarras das condicionalidades impostas pelas instituições tradicionais às economias”, disse o presidente. “Por que não podemos fazer o nosso comércio lastreado na nossa moeda? Quem é que decidiu que era o dólar? Nós precisamos ter uma moeda que transforme os países numa situação um pouco mais tranquila, porque hoje um país precisa correr atrás de dólar para exportar.”
“Eu espero que esse banco tenha condições de ter dinheiro para emprestar aos países mais pobres da América Latina e do Caribe. Países grandes como o Brasil, que embora precisem de empréstimos, nós temos que ter capacidade de precisar de outros instrumentos e não precisar de um banco que tem que ajudar os países mais necessitados e mais pobres. Eu tenho certeza que essas qualidades a companheira Dilma Rousseff vai trazer e consolidar no Novo Banco de Desenvolvimento. Que mundo possa tirar proveito desse novo instrumento de ajuda financeira que os Brics criaram”, finalizou Lula.