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Lula repreende ministros e pede que ‘nenhuma genialidade’ seja anunciada sem o aval do governo

Dias antes, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, declarou que pretendia disponibilizar passagens aéreas a R$ 200 a certos setores da sociedade; presidente pediu para propostas serem encaminhadas à Casa Civil

EVARISTO SA / AFP

Presidente Lula gesticula durante a cerimônia de posse do vice-presidente Geraldo Alckmin como ministro da Indústria e Comércio

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizou uma reunião ministerial na manhã desta terça-feira, 14, e nela pediu a seus comandados que não anunciassem “nenhuma genialidade” sem o aval da Casa Civil – atualmente comandada pelo ministro Rui Costa (PT). Segundo o mandatário, é necessário que os chefes das pastas integrem o Palácio do Planalto na fase de discussão da efetividade e viabilidade da medida. “Todo e qualquer posição, qualquer genialidade que alguém possa ter, é importante que antes de anunciar faça uma reunião com a Casa Civil. Para que a Casa Civil discuta com a Presidência da República e que a gente possa chamar o autor da genialidade e a gente então anuncie publicamente como se fosse uma coisa do governo”, declarou o mandatário. A manifestação do petista aconteceu na abertura da reunião televisionada pela TV Brasil e o chefe do Executivo pontuou que, assim que o encontro estivesse fechado, citaria casos que “já aconteceram e não podem se repetir”. Lula também afirmou que os ministros não podem individualizar as ações, já que suas ideias seriam “propostas de governo” e que é preciso manter a “unidade e coesão” no governo. “Não prometa o que não pode cumprir, não podemos correr risco de anunciar coisa que não vai acontecer”, alertou o presidente após determinar que a taxa de acerto dos ministros em seus projetos deveria ser acima dos 80%.

A manifestação – e possível bronca – do chefe do Executivo acontece dias após o ministro Márcio França (PSB), que comanda a pasta dos Portos e Aeroportos, declarar em entrevista ao Correio Braziliense que estudava anunciar um programa chamado ‘Voa, Brasil’, que visaria disponibilizar passagens aéreas a R$ 200 para servidores públicos, estudantes e aposentados e pensionistas que ganhassem até R$ 6.800 para trechos nacionais, desde que a ocupação ocorresse em vagas ociosas nos voos, ou seja, poltronas vazias que não foram comercializadas anteriormente e em períodos em que a ociosidade média dos voos aumenta – de fevereiro a junho e agosto a novembro, segundo o Ministério. Em janeiro, no começo da terceira gestão do governo Lula, o ministro Carlos Lupi (PDT), que comanda a pasta da Previdência, afirmou que faria uma revisão da reforma do setor. Horas depois da declaração, o político foi desautorizado de sua intenção pelo ministro Rui Costa, que ressaltou não haver “nenhuma proposta sendo analisada ou pensada” nesse sentido. Luiz Marinho (PT), comandante da pata do Trabalho, também se precipitou e disse, semanas atrás, que acabaria com o saque aniversário. Após a declaração, o ministro afirmou que a ideia ainda encontrava-se sob discussão pela área técnica do Ministério.

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