Mudanças no programa de transferência de renda devem ser anunciadas na próxima semana pelo governo
FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva
Antes de viajar para a Bahia, onde passa o feriado de Carnaval, o presidente Lula reuniu no Palácio do Alvorada vários ministros para discutir o Novo Bolsa Família. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há recursos suficientes para pagar os benefícios de R$ 600 por mês, com um adicional de R$ 150 para famílias com crianças de até seis anos de idade. A ideia do governo é retomar também as contrapartidas do programa, que determinam a obrigatoriedade de que as crianças estejam matriculadas em escolas, a necessidade de apresentar o cartão de vacinação atualizado, inclusive com imunizante contra a Covid-19. A expectativa é que o novo formato do programa de transferência de renda seja anunciado na próxima semana.
Segundo o ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias, o número de beneficiários do Bolsa Família subiu de 14 milhões em 2020, para 22 milhões em 2022. A pasta, inclusive, já instaurou um procedimento para investigar o aumento beneficiários individuais, sem família. Os chamados núcleos unicelulares. O objetivo é identificar se essas pessoas realmente possuem direito de receber o benefício. Ao todo, são quase 5 milhões de beneficiários enquadrados nesta situação. Ao mesmo tempo, há indícios de irregularidades em pelo menos 6,5 milhões de benefícios, bem como apontamentos de que algumas pessoas que declaram morar sozinhas na verdade podem morar com outras pessoas que também recebem o recurso. O governo lançou um aplicativo que vai possibilitar a saída voluntária do Cadastro Único de quem, segundo o governo, foi induzido a se inscrever de forma incorreta para receber o Auxílio Brasil, como era chamado o Bolso Família nos últimos anos.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin