Waguinho (Republicanos), prefeito de Belford Roxo (RJ) e marido da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, disse nesta quarta-feira, 14, que não guardará “rancor” ou “mágoas” caso a deputada federal licenciada seja exonerada do cargo. A parlamentar é alvo de pressão do União Brasil, que reivindica uma troca no comando da pasta. Waguinho conversou com jornalistas no Palácio do Planalto, antes de reunião marcada com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política. “Sem mágoas e sem rancor. A gente com o presidente Lula é diferente, a gente tem uma relação de amizade”, respondeu.
O prefeito da Baixada Fluminense disse que Daniela estará à disposição do governo mesmo fora da Esplanada, acrescentando que não espera cargos no Executivo em troca de apoio. O marido da ministra frisou ainda o expressivo resultado que ela recebeu nas eleições do ano passado. “Ficamos no aguardo do que o presidente Lula vai decidir. Se o presidente Lula decidir ‘Daniela, fica no ministério’, Daniela fica no ministério, porque o presidente pediu. Se o presidente Lula falar ‘Daniela, agora a missão que eu vou lhe dar é na Câmara’, Daniela vai pegar a missão do presidente e vai atuar na Câmara. Ela é a deputada mais votada do Rio de Janeiro. Onde o presidente determinar que tem que cumprir missão, a missão será cumprida”, disse Waguinho.
Na terça-feira, 13, após reunião de Daniela Carneiro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Planalto informou que Daniela Carneiro está mantida no cargo de ministra. O União Brasil pressiona o governo federal pela saída da ministra, que foi eleita pelo partido, mas que recentemente pediu a desfiliação. Ela deve se filiar ao Republicanos, mesmo partido do marido. O União Brasil já avisou que indica o deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) para o Ministério do Turismo, mas afirma que o “timing” da eventual exoneração será dado por Lula. A ministra está confirmada na reunião ministerial marcada para esta quinta-feira 15. Nos bastidores do Congresso, a participação de Daniela Carneiro no encontro com a cúpula do governo é vista como seu último ato como integrante do primeiro escalão.