Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo
Ministra não citou diretamente conflito no Oriente Médio, o mais grave na região em 50 anos 13 de outubro de 2023 | 14:17
O ministra Marina Silva (Meio Ambiente) disse, nesta sexta-feira (13), que a guerra assola vidas, mas que a mudança climática também, com “armas invisíveis”.
A titular da pasta não citou diretamente a situação no Oriente Médio, que já soma cerca de 2.000 mortos entre israelenses e palestinos em menos de uma semana, no mais grave conflito na região em 50 anos.
“É terrível vermos a guerra assolando vida de inocentes. Mas as pessoas que são assoladas a cada ano pelas cheias ou têm prejuízos pelas secas, se não tiver nos planos de prevenção, é como se tivéssemos fazendo uma guerra, só que essa guerra não é vista da forma como são vistas as guerras que são propiciadas com armas produzidas pelos homens”, disse a ministra.
“Essa arma da mudança climática foi produzida por nós, mas é como se fosse invisível, mas também tira vida das pessoas”, completou.
Até o momento, segundo o governo, há três brasileiros mortos no conflito. Grupos que estavam em Israel começaram a ser repatriados na última quarta-feira, numa operação que deve durar até domingo (15), trazendo de volta para casa quase mil pessoas.
Há ainda um grupo de brasileiros na Faixa de Gaza que preocupa o governo, que busca retirá-los com segurança. Eles estão refugiados em uma escola católica na periferia da cidade de Gaza e vão permanecer lá, apesar do ultimato dado pelas Forças de Defesa de Israel para a evacuação da cidade antes de uma ofensiva militar.
A declaração da ministra do Meio Ambiente foi feita durante coletiva de imprensa no Ibama sobre as queimadas no Amazonas, ao lado do presidente da instituição, Rodrigo Agostinho, do presidente do ICMBio, Mauro Pires, e de representantes da Defesa Civil e da Casa Civil.
A região sofre, desde o início de setembro, com a ampliação das queimadas. Uma das consequências é uma fumaça encobre Manaus.
O governo disse ainda que, até o momento, há 167 brigadistas atuando no local. No final de semana, há previsão da chegada de novos profissionais levando mais equipamento de combate às chamas, veículos e caminhões.
Ao final, serão 289 brigadistas atuando no combate aos incêndios florestais no Amazonas.
Setembro foi o segundo pior, na série histórica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), desde 1998, com 6.991 focos ativos de incêndio no estado. Apenas no ano passado, foi pior, quando a gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL) era menos combativa com crimes ambientais.
Dados do sistema apontam que, até 12 de outubro, havia 2.770 focos de calor no Amazonas, representando um aumento de mais de 50% em relação ao mês completo do ano passado.
Na quinta-feira (12), pelo segundo dia consecutivo, a fumaça densa das queimadas cobriu a paisagem de Manaus, reduzindo a qualidade do ar a níveis arriscados para a saúde. A situação vem se repetindo há semanas, devido a focos de calor que, segundo a prefeitura, estão na região metropolitana da cidade.
A fumaça levou a prefeitura a suspender eventos, entre eles o festival cultural Boi Manaus –que tradicionalmente marca o aniversário da capital amazonense, comemorado em 24 de outubro. O evento deveria acontecer entre os próximos dias 21 e 23, mas foi adiado por tempo indeterminado. No ano passado, o festival reuniu quase 60 mil pessoas.
Também foi suspensa a realização da Feirinha do Tururi, que tradicionalmente antecede o Boi Manaus e começaria neste final de semana, de 13 a 23 de outubro.
Marianna Holanda, Folhapress