O ministro de Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, chegou ao Palácio Itamaraty às 10h35 desta segunda-feira (17/4), para a primeira reunião bilateral de uma agenda extensa com o governo brasileiro. O chanceler russo foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Após o encontro restrito com o homólogo brasileiro, na sede do Ministério das Relações Exteriores, às 10h30, Lavrov e Vieira participarão de uma reunião ampliada com outros membros do governo e da chancelaria.
Antes do almoço, o representante russo fará uma declaração à imprensa e, às 15h, deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto. O encontro com Lula consta na agenda do ministro Mauro Vieira.
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Ministro de Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, chega ao Itamaraty, em BrasíliaHugo Barreto/Metrópoles
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O chanceler russo foi recepcionado pelo homólogo brasileiro, Mauro VieiraHugo Barreto/Metrópoles
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A última vez que Lavrov esteve no Brasil foi em 2019Hugo Barreto/Metrópoles
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Chanceler russo e Mauro Vieira no ItamaratyHugo Barreto/Metrópoles
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O ministro russo desembarcou em Brasília por volta das 8h da manhãReprodução/MFA Rússia
CHANCELER DA RUSSIA NO BRASIL
Ele é o primeiro membro do primeiro escalão da Rússia a vir ao Brasil desde o início da guerra, em fevereiro de 2022Reprodução/MFA Rússia
Esta é a primeira vez que um representante do primeiro escalão do governo de Vladmir Putin vem ao Brasil, após o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Além dos laços históricos de amizade e cooperação entre Brasil e Rússia, os países mantêm expressivo relacionamento comercial. A Rússia é o principal fornecedor de fertilizantes para o Brasil. Em 2022, o comércio bilateral atingiu o recorde histórico de US$ 9,8 bilhões.
Negociação de pazA vinda do principal diplomata russo a Brasília ocorre em meio às propostas de Lula para a criação de um grupo de mediação, com nações não envolvidas no conflito, com o objetivo de alcançar o restabelecimento da paz no Leste Europeu.
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No último domingo (16/2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou os Estados Unidos e a Europa de prolongarem a guerra na Ucrânia e defendeu a criação de uma espécie de um G20 político para restabelecer a paz. A declaração ocorreu durante visita do mandatário brasileiro a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
“A paz está muito difícil. O presidente [da Rússia Vladimir] Putin não toma iniciativa de paz, o [presidente da Ucrânia, Volodimir] Zelenski não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”, afirmou Lula, durante uma coletiva de imprensa no fim da viagem à capital dos Emirados.
O presidente também voltou a acusar a Ucrânia de ter participação no início do conflito. “A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países”, disse.
Desde o início do conflito, a diplomacia brasileira, sob a gestão de Jair Bolsonaro, adotou uma posição de neutralidade, sem condenar uma resolução bélica para qualquer desacordo. Do outro lado, Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer, no ano passado, que Zelensky é tão culpado pela guerra quanto Putin.
Em janeiro deste ano, já no comando do Palácio do Planalto e em uma mudança de discurso, Lula disse que a Rússia cometeu um “erro crasso” ao invadir a Ucrânia, mas afirmou que “quando um não quer, dois não brigam”.
Parceiro da Rússia em fóruns como o Brics, grupo composto por Rússia, Índia, China e África do Sul, o país é visto com bons olhos pelo Kremlin por não fornecer armas a Kiev, como têm feito países do Ocidente.