A redução da vacina contra poliomielite preocupa médicos no Brasil. Os profissionais temem o retorno da doença, que é incurável. Três a cada dez crianças no país correm o risco de ter poliomielite. Mesmo que a paralisia infantil tenha sido registrada pela última vez em 1989 no Brasil, os médicos alertam para um real perigo dela reaparecer pela crescente queda na vacinação. Diante de uma cobertura necessária de 90% a 95%, em 2022, o Ministério da Saúde imunizou 72% das crianças. Já em 2021 a adesão foi ainda pior. Apenas 71% do público-alvo se vacinou. Os dados registram uma média nacional, mas há regiões abaixo de 50%. A infectologista Rosana Richtmann ressalta que a erradicação da poliomielite no Brasil ainda depende da vacinação devido a circulação da doença no mundo. “Lembrando que essa paralisia é para o resto da vida, é irreversível. Você se arrepender de ter deixado de imunizar o seu filho, coisa que é totalmente seguro e disponível gratuitamente em qualquer posto, é algo inimaginável”, comentou. Diante do cenário, entidades privadas colaboram para a divulgação dos riscos e a urgência da vacinação, para que os responsáveis levem as crianças para tomarem as gotinhas contra a paralisia infantil. O presidente do Rotary Club de Salto, Rafael, destaca a campanha “Juntos contra a Polio” em todo o Brasil no dia da poliomielite, celebrado mundialmente em 24 de outubro. “De fato a poliomielite está erradicada. Mas se os esforços de vacinação parassem por aqui, em dez anos o mundo voltaria a ter em média 200 mil casos por ano”, alertou.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos.