Uma aluna da escola onde houve o massacre que deixou 19 crianças e dois adultos mortos na terça-feira (24), no Texas, contou à rede CNN Internacional que só conseguiu sobreviver por fingir estar morta.
A menina, de 11 anos, espalhou sangue pelo corpo e ficou deitada no chão. Miah Cerrillo ficou ferida com fragmentos de balas e foi internada, mas já está em casa, após ter alta. Sua avó afirmou que a menina ainda não consegue expressar o que viu.
Um aluno de 10 anos, Jayden Perez, diz que não quer voltar a estudar, depois de ter presenciado o atirador matar quase todos os seus colegas de sala.
“Não, por causa do que aconteceu. Eu não quero ter nada a ver com outro tiroteio em uma escola. E eu sei que isso pode acontecer de novo, provavelmente”.
Perez contou que ele e seus colegas faziam treinamentos frequentes para eventuais ataques à escola. Quando aconteceu, ele diz não ter acreditado. Sua família demorou uma hora e meia para descobrir que ele estava vivo.
“Foi assustador porque eu nunca pensei que um ataque iria realmente acontecer”, afirmou o estudante. Perez contou ter se escondido em uma área da sala onde ficam as mochilas, enquanto a maioria dos alunos ficou debaixo das mesas.
Entenda o caso
As 19 crianças e dois professores mortos em uma escola no Texas, nos EUA, estavam em uma mesma sala de aula da quarta série quando o atirador entrou disparando. O tiroteio, na terça-feira (24), se tornou o mais letal dos EUA em quase uma década, novamente trazendo à tona o debate sobre a legislação de armas no país.
O atirador, identificado como Salvador Ramos, de 18 anos, foi morto no local pelas forças policiais, que cercaram a Robb Elementary School, em Uvalde, rapidamente. Janelas foram quebradas para retirada mais rápida de crianças, funcionários e professores.
O ataque de Ramos começou ainda em casa. Antes de sair, ele atirou na avó. Depois, dirigiu até a escola, onde bateu o carro, e entrou no local com equipamento tático e um rifle. A motivação do ataque ainda é desconhecida.
O tiroteio acontece dez dias após um supremacista branco atirar em 13 pessoas em um bairro de população em sua maioria negra na cidade de Buffalo.
O presidente Joe Biden afirmou que o país deve ter um controle de armas mais rígido. “Como nação, temos que perguntar quando, em nome de Deus, vamos enfrentar o lobby das armas”, disse.