A Meta anunciou uma mudança importante em sua equipe de liderança: Nick Clegg será substituído por seu vice, Joel Kaplan, figura influente entre os conservadores, como chefe de políticas da companhia. A decisão reflete a intenção da empresa de se aproximar do novo governo de Donald Trump.
Clegg, ex-vice-primeiro-ministro do Reino Unido e político de centro-esquerda, ingressou na Meta em 2018, logo após o escândalo da Cambridge Analytica, vindo a assumir o cargo de chefe de políticas em 2022. Durante sua gestão, ele buscou reconstruir a reputação da empresa em meio a críticas sobre privacidade e desinformação. Já Kaplan, que faz parte da Meta desde 2011, é ex-assessor do presidente George W. Bush e tem ligações estreitas com o Partido Republicano.
Kaplan já atuava como principal ponto de contato da Meta com políticos conservadores e teve um papel polêmico em eventos como a audiência de confirmação de Brett Kavanaugh para a Suprema Corte, que ele acompanhou pessoalmente, se posicionando contra acusações de que os algoritmos do Facebook favorecem conteúdo liberal.
Meta Appoints Joel Kaplan as Chief Global Affairs Officer Amid Change https://t.co/S0AwB98ndr pic.twitter.com/tA98ZbEuui
— TheFinancialAnalyst (@AoFAFinance) January 2, 2025
Meta doou US$1 milhão para a posse de Donald Trump
Nas redes sociais X (antigo Twitter) e Facebook, Clegg escreveu que Kaplan é “claramente a pessoa certa para o trabalho certo na hora certa”. Na publicação, feita na quinta-feira (2), ele recebeu o apoio do fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, que elogiou o trabalho realizado por Clegg nos últimos sete anos.
“Você causou um impacto importante ao promover a voz e os valores da Meta em todo o mundo, bem como nossa visão para IA e o metaverso”, disse Zuckerberg, que também destacou a experiência de Kaplan como fundamental para o futuro político da empresa. “Estou animado para que Joel assuma essa função em seguida, dada a sua profunda experiência e percepção ao liderar nosso trabalho de política por muitos anos”.
Essa movimentação ocorre em um contexto de mudanças estratégicas da Meta para se alinhar ao novo governo. Em julho, Zuckerberg elogiou Trump após um incidente durante um comício e, em agosto, criticou publicamente a administração de Joe Biden por supostamente pressionar o Facebook a censurar conteúdos relacionados à Covid-19.
Anunciada a vitória de Trump, Zuckerberg usou o Threads para parabenizá-lo e expressar otimismo sobre a colaboração futura. Além disso, segundo o jornal The Wall Street Journal, a Meta doou US$1 milhão para a posse de Trump. Outras gigantes da tecnologia, como Amazon, Uber e o CEO da OpenAI, Sam Altman, também contribuíram.
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