InícioEditorialMinistério Público solicita inquérito policial para investigar morte de PM em Itajuípe

Ministério Público solicita inquérito policial para investigar morte de PM em Itajuípe

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) pediu, nesta quinta-feira (29), a instauração de inquérito policial para investigar a morte do subtenente Alberto Alves dos Santos, 51 anos, assassinado em ação da Polícia Militar da Bahia (PM) na última terça-feira (27), em uma pousada na cidade de Itajuípe, no sul do estado.

A solicitação, em conjunto do Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp) e da Promotoria de Justiça de Itajuípe, quer a apuração sigilosa dos fatos, com a realização de diligências. Três delegados vão trabalhar na investigação. 

O corpo do subtenente Alberto foi enterrado no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador. Sem condição de falar com a imprensa, mãe e filhos da vítima ficaram por horas ao lado do caixão. Quem também estava lá era  Elisabeth Alves, irmã do subtenente que pediu Justiça e cobrou que a PM assuma que um erro causou a morte dele. 

“Chega de impunidade porque meu irmão não era vagabundo e a polícia precisa admitir que eles erraram, entendeu? Ele amava a polícia, tinha 24 anos na polícia e era honrado. Precisam assumir que mataram meu irmão dormindo”, falou.

O subtenente fazia parte da equipe de segurança do candidato ACM Neto (União Brasil) e estava em Itajuípe para um evento de campanha que aconteceria no dia seguinte em Coaraci. Neto esteve no velório prestando solidariedade à família e também exigindo uma investigação mais rigorosa. 

Entenda o caso
Um subtenente da Polícia Militar identificado como Alberto Alves dos Santos, de 51 anos, foi morto por outros policiais militares em ação na cidade de Itajuípe, no sul da Bahia, no final da noite de terça-feira (27). O policial fazia parte da equipe de segurança de ACM Neto. Um sargento da PM também foi baleado e segue internado. 

A SSP informou que a situação se originou com a busca por um assaltante de banco. Identificado como André Marcio Jesus, conhecido como Buiu, ele tem ligação com uma facção criminosa paulista e deixou o Complexo Penitenciário de Lauro de Freitas na terça às 13h30, com benefício de saída temporária, usando tornozeleira eletrônica.

Por volta das 14h30, Buiu rompeu a tornozeleira, quando estava na BR-324, perto de Candeias. A PM deu início nas buscas e quando as equipes estavam em Uruçuca, também no sul do estado, um assaltante de banco identificado como Bismark e um comparsa foram abordados e trocaram tiros com os militares. Os dois foram mortos. Buiú segue como foragido.

Nas buscas, os policiais foram informados sobre a presença de homens armados em um hotel em Itajuípe e foram até lá. No local, dois homens foram abordados e não reagiram. A SSP informou, no entanto, que outros dois homens, armados, reagiram quando os PMs se aproximaram. Segundo a pasta, dois soldados que estavam em serviço foram baleados na ação. No tiroteio, os dois homens que estavam no hotel, posteriormente identificados como policiais, também foram feridos e um deles morreu.

Os homens, identificados como o subtenente Alberto Alves dos Santos e o sargento Adeilton Rodrigues D’Almeida, foram socorridos. O subtenente não resistiu aos ferimentos e o sargento segue internado, mas sem riscos de morte. 

Ambos estavam na cidade para compor a equipe de segurança do candidato ao governo da Bahia ACM Neto (União Brasil), em evento no município de Coaraci, cidade vizinha de Itajuípe. Nas redes sociais, Neto lamentou a morte e suspendeu a agenda. 

O comandante geral da PM diz que todo o caso será esclarecido. “Lamentamos o confronto. Estamos solidários às famílias e a determinação é que toda a ocorrência seja esclarecida. As armas foram recolhidas e o local do confronto preservado para a realização de perícia”, disse o coronel Paulo Coutinho.

Sargento diz que policiais ‘entraram atirando’
O sargento Adeilton Rodrigues D’Almeida, que também faz parte da equipe de segurança do candidato ao governo da Bahia ACM Neto, relatou que estava dormindo quando foi alvejado. “Os policiais entraram quebrando as janelas e as portas, mesmo eu gritando o tempo todo ‘sou polícia, sou polícia’”, contou.

A vítima também informou que os PMs atiradores não prestaram socorro imediato e que ele precisou rastejar até a porta do hotel onde o grupo estava para buscar ajuda. “Eu implorei: ‘me dê socorro, por favor, me coloque na ambulância’. Ele me ajudou depois, mas de forma hostil”, disse a vítima. 

O sargento disse que os policiais pegaram a arma dele e atiraram diversas vezes no quarto para insinuar um confronto.

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