Deputados de extrema-direita ameaçaram romper com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu caso Israel aceite um acordo de cessar-fogo em Gaza. Mediadores como Estados Unidos, Catar e Egito voltaram a discutir uma proposta para o fim das ofensivas e a libertação de reféns. O apelo é que tanto o governo israelense, quanto o grupo palestino Hamas, aceitem a decisão.
O ministro da Segurança Interna, Itamar Ben-Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, vieram a público, neste sábado (1º/6), para afirmar que abandonariam o governo caso Netanyahu desse fim à guerra sem a eliminação completa do Hamas.
“Este é um acordo promíscuo, que representa uma vitória para o terrorismo e um perigo para a segurança do Estado de Israel. Concordar com tal acordo não é uma vitória absoluta – mas uma derrota absoluta. Se o primeiro-ministro implementar o acordo promíscuo nas condições publicadas hoje, o que significa o fim da guerra e a renúncia do Hamas, Otzma Yehudit dissolverá o governo”, disse Ben-Gvir no X (antigo Twitter).
“Falei agora com o primeiro-ministro e deixei-lhe claro que não farei parte de um governo que concordará com o esboço proposto e acabará com a guerra sem destruir o Hamas e devolver todos os raptados. Não concordaremos com o fim da guerra antes da destruição do Hamas”, afirmou Smotrich, também no X.
A perda do apoio de seus ministros, na prática, derrubaria o governo de Netanyahu. O primeiro-ministro garantiu que não encerraria o conflito sem a aniquilação completa do grupo palestino.
“O Hamas continua a fazer exigências extremas. A sua principal delas é que retiremos todas as nossas tropas da Faixa de Gaza, ponhamos fim à guerra e deixemos o Hamas em paz. O estado de Israel não pode aceitar estes termos”, disse Netanyahu, no último dia 5, em uma mensagem de vídeo.
Nessa sexta-feira (31/5), o presidente Joe Biden afirmou que um “acordo abrangente”, que inclui a retirada das tropas do Exército de Israel do território palestino por seis semanas e a libertação de todos os reféns. Segundo o presidente norte-americano, caso o Hamas respeitasse os termos, a trégua evoluiria para um cessar-fogo permanente.