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Moradores e colegas prestam homenagem a segurança morto no Itaigara

Moradores prestaram homenagem a segurança que foi morto no último sábado

Na manhã desta segunda-feira (10), um memorial com flores e cartas foi organizado em frente ao poste onde o segurança Jucelando Macedo Silva foi morto após ser baleado por assaltantes, no bairro do Itaigara. Autores da homenagem, os moradores passavam pelo local com olhares distantes e semblantes que não escondiam o pesar com o ocorrido. 

“Ele era uma pessoa que brincava, conversava, atencioso e morreu para salvar a vida da gente. É [uma perda] terrível”, lamentou a psicanalista Marcia Esquitini, de 60 anos, moradora da região há 13 anos, que contemplou o memorial emocionada.

De acordo com os colegas de profissão, Jucelando trabalhava há 17 anos como segurança do condomínio Alto do Parque. Nesse período, construiu grandes amizades graças a sua gentileza. “Ele sempre ajudava meu avô com a cadeira de rodas quando vinha passear”, lembra um jovem morador, que preferiu não se identificar.

Prestadora de serviço de limpeza há três anos em um dos condomínios do bairro, Denise, que pediu para não ter seu sobrenome divulgado, conta que via Jucelando todos os dias, no início e no final do seu horário de trabalho.

“Não teve um dia que eu passasse aqui e ele não falasse comigo. No sábado, eu estava aqui e fiquei arrasada. Não consegui dormir e chorei muito. Está todo mundo abalado, moradores e crianças”, conta. 

Torcedor do Bahia e corredor de maratonas no tempo livre, Jucelando era conhecido pelos colegas e moradores pelo sobrenome Silva. Segurança de um dos condomínios vizinhos da região, Gildásio Macedo, de 31 anos, lembrou que o companheiro de farda era apaixonado pela família e que, durante os dez anos de amizade, nunca viu o amigo perder a alegria.

“Eu não quis ir para o cemitério. Não quis ver a última imagem dele. A imagem que vai ficar é a dele brincando comigo. Ele parava aqui, me pedia água, ficávamos conversando sobre o condomínio ou coisas de fora. Alguém como Silva, não vou ver outro, não”.

Gildásio ainda relata que Jucelando era um homem tranquilo e de muita fé. Ao fim do plantão, ele costumava agradecer a Deus lendo um versículo da Bíblia. “Para mim, passar pelo condomínio [e não o ver] vai ser muito doloroso.Estava aqui no sábado e a primeira notícia que recebi foi a de que o guarda tinha sido atingido, mas pensei que isso poderia acontecer em outro bairro, não aqui”.

Insegurança

Assim como Gildásio, moradores e funcionários dos condomínios próximos alegam que nunca viram um caso semelhante ocorrer no bairro. Porteira há sete anos no mesmo condomínio que Jucelando trabalhava, a profissional preferiu não expor seu nome e afirmou que o bairro é marcado pela tranquilidade. “Tem um funcionário que está aqui há 19 anos e disse que nunca teve nada disso”. 

Apesar do histórico de segurança , alguns moradores não negam a intranquilidade depois da morte do profissional. “Antes eu ficava bem tranquilo, mas agora gera certo receio”, confessou um jovem morador, que também não quis que seu nome fosse divulgado.

Outra moradora e uma trabalhadora que passavam perto do memorial expressaram indignação com o caso. De acordo com elas, o bairro é mal policiado, sobretudo aos finais de semana. “É revoltante o segurança estar trabalhando e perder a vida assim. A troco de quê?”, perguntou uma delas. “Precisou um segurança morrer para a polícia vir aqui”, ressaltou a outra. 

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo

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