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Moro tem audiência com Gilmar Mendes um dia antes de julgamento no TRE e dez anos depois da Lava Jato

Foto: Carlos Moura/SCO/STF/Divulgação

Gilmar Mendes, ministro do STF 03 de abril de 2024 | 13:54

O ex-juiz Sergio Moro se encontrou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes na terça (2), um dia antes da retomada do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que decidirá sobre a cassação de seu mandato como senador.

A audiência foi pedida pelo parlamentar. Ele já havia se encontrado com ministros do STF no ano passado, e disse a interlocutores que a reunião com Mendes seria uma tentativa de abertura de diálogo com magistrados de Cortes superiores de Brasília.

Independentemente do resultado do julgamento de Moro no TRE-PR, o destino dele será selado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para onde o caso irá depois de finalizado no Paraná. O STF também pode ser acionado para discutir questões constitucionais do caso.

O encontro entre os dois é simbólico: há dez anos, no dia 17 de março, começava a Operação Lava Jato no Brasil.

Na década que se passou desde então, Mendes e Moro estiveram em campos opostos.

Simpático às investigações contra a corrupção no início, o ministro passou a ser um crítico do então juiz e de procuradores do Paraná depois que identificou o que passou a definir como abusos de poder e desvios de finalidade em seus atos.

A coluna apurou que os dois conversaram sobre o Judiciário, a própria Lava Jato e as agruras que o hoje senador, no passado um magistrado todo-poderoso, passou a enfrentar nos tribunais.

A conversa teve momentos de explicitação de divergências, mas foi considerada civilizada e tranquila, segundo interlocutores do senador.

Moro chegou ao gabinete acompanhado pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), que é do Mato Grosso, estado natal de Gilmar Mendes.

A expectativa nesta terça (3) é a de que Moro seja inocentado pelo TRE-PR.

O colegiado que o julga tem sete juízes.

O relator do processo, Luciano Falavinha, já votou contra a cassação dele. Outros dois magistrados são considerados votos seguros a seu favor.

Bastaria, portanto, que mais um integrante do tribunal aderisse às teses defendidas pelo senador para a sua absolvição.

Mônica Bergamo, Folhapress

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