Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) revelam que as mortes em confrontos com policiais de folga aumentaram nos três primeiros meses desse ano em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 29 registros em 2023 contra 22 em 2022. Já em relação a esses confrontos com os policiais em atividade, os números se mantiveram. Foram 75 mortes esse ano contra 74 no ano passado. O número de pessoas feridas se manteve igual: 50 em ambos os anos. Os feminicídios aumentaram no primeiro trimestre de 2023. Foram 62 registros neste ano e 50 no mesmo período de 2022. No começo deste mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que obriga as Delegacias de Proteção à Mulher a ficarem abertas 24h por dia, mesmo em fins de semana e feriados. Entretanto, o governador Tarcísio de Freitas informou que não será possível cumprir essa determinação em São Paulo de forma imediata porque há um déficit em relação ao número de policiais civis. É necessário contratar 700 delegadas, 700 escrivãs e 1.400 investigadoras.
Segundo Raquel Gallinati, diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), esse déficit já vem da gestão passada, mas outras questões também precisam ser verificadas. “A gente sabe que o Estado de São Paulo ficou completamente abandonado, à mercê da criminalidade, a partir do momento que não houve investimento na segurança pública. Essa foi uma das propostas do atual governo. É isso que a população clama. Não só na contratação de policiais, mas na valorização deles, nas condições de trabalho e na remuneração adequada”, diz Gallinati. Segundo Tarcísio de Freitas, está previsto edital para contratação de quase 3 mil policiais no segundo semestre de 2023.
*Com informações do repórter David de Tarso